quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Governo promete melhorias, mas exclusividade para ônibus será mantida na EPNB

28/12/2011 - Jornal de Brasília

Otimismo para passageiros e motoristas de ônibus. Incômodo para quem usa carros particulares. No segundo dia de funcionamento da faixa exclusiva para ônibus na Estrada Parque do Núcleo Bandeirante (EPNB), motoristas reclamam da falta de alternativas para usar o transporte próprio e dos constantes congestionamentos. Para piorar, durante a manhã, duas faixas foram interditadas, por conta de um acidente. Os motoristas enfrentaram mais de uma hora de engarrafamento. O GDF promete melhorias para 2012, mas garante que irá fiscalizar para que a exclusividade do corredor seja cumprida.

As alterações feitas na via geram reclamações, que acontecem principalmente porque o corredor exclusivo para os ônibus reduziu as faixas de três para duas, em cada sentido. Na manhã de ontem, o transito ficou ainda pior devido a um acidente. O motorista de uma carreta perdeu o controle e acabou tombando por volta de 3h. O veículo ficou caído entre o canteiro central e parte da pista até as 9h e duas faixas tiveram que ser isoladas o que causou fila de até sete quilômetros.

“O sistema de transporte público no DF sempre foi um caos, numa via como esta, que é de grande movimento, principalmente de caminhões, deveriam ter ampliado antes de criar este corredor. Acidentes ocorrem todos os dias, o governo precisa prevê adversidades”, ressalta a analista de sistemas Juliana Patrícia da Silva. Alguns condutores já se preocupam com os próximos meses. “Pode ter melhorado para os ônibus, mas e quem usa carro? Como fica? Nas férias já está complicado, imagine quando tudo voltar ao normal”, disse a comerciante Bruna Milena Costa.

A faixa exclusiva da EPNB tem a extensão de oito quilômetros, indo do viaduto do Pistão Sul de Taguatinga até a entrada do viaduto da Candangolândia. O objetivo da medida adotada, segundo o Transporte Urbano do Distrito Federal (DFTrans), é dar mais fluidez ao trânsito, já que boa parte dos congestionamentos ocorrem devido ao grande número de automóveis nas vias.

De acordo com o DFTrans, 80 mil carros trafegam pela EPNB diariamente. São 430 ônibus nos horários de pico. Apesar de serem apenas 6% do total de veículos, eles transportam 70% das pessoas que usam a via. A medida atinge cerca de 415 mil moradores de Samambaia, Recanto das Emas, Riacho Fundo I e II e Núcleo Bandeirante, além de Taguatinga, Park Way, Arniqueiras e Águas Claras.

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

PAC Mobilidade pode repassar R$ 2,8 bi ao DF

28/12/2011 - Webtranspo

Parceria com Governo Federal visa transporte de passageiros sobre trilhos.

A mobilidade urbana da capital federal deverá sofrer grandes mudanças nos próximos anos. Dentre as medidas a serem tomadas pela DFTrans e pela Secretaria de Transportes do Distrito Federal estão faixa exclusiva para ônibus; renovação de 75% da frota de coletivos em circulação na cidade; melhorias na Rodoviárias do Plano Piloto e investimento no transporte ferroviário de passageiros, este último em parceria com o Governo Federal.

“Com um transporte público de qualidade e um sistema viário inteligente, os cidadãos poderão passar mais tempo com suas famílias, estudando ou se qualificando. Ou seja, vamos trazer, de forma definitiva, qualidade de vida para nossa população”, destacou Agnelo Queiroz, governador do Distrito Federal.

A necessidade de investimentos no transporte público fica evidenciada no tráfego na EPNB (Estrada parque Núcleo Bandeirante), onde 94,26% dos veículos são particulares (automóveis e caminhões), enquanto apenas 5,74% são ônibus, nesta análise não foram consideradas as motos. Apesar destes números, os coletivos são responsáveis pela movimentação de 70,31% dos passageiros, em contrapartida, os particulares respondem por 29,29%.

Apoiados nestes dados e na informação de que se enfileirados todos os carros, que transitam na EPNB, ocupariam uma área de 286 mil metros quadrados, o que corresponde a um número seis vezes superior ao espaço que seria ocupado por ônibus, aproximadamente, 44.820 metros quadrados, pode-se afirmar que o vilão do trânsito brasiliense é o excesso de veículos privados na rua.

Para reverter este quadro, o governo da capital nacional já iniciou uma série de mudanças, como a licitação para a renovação de frota de coletivos, que deve ocorrer até fevereiro do próximo ano, e a instalação de uma faixa exclusiva para ônibus que se inicia nesta terça-feira, 27, na EPNB, no trecho de oito quilômetros do viaduto do Pistão Sul de Taguatinga até a entrada do viaduto da Candangolandia.

Além disso, a Rodoviária do Plano Piloto será modernizada, para isso serão gastos R$ 6 milhões na troca todos os elevadores e escadas rolantes, os serviços devem durar até o fim do próximo ano.

Por fim, a cidade receberá investimentos do Governo Federal, que possibilitarão a criação de novos modais como o transporte ferroviário de passageiros. Uma das primeiras iniciativas nesta frente é a instalação do trem de passageiros entre Brasília e Luziânia, que conta ainda com a parceria do governo de Goiás. A união poderá disponibilizar R$ 2,8 bilhões em recursos por meio do PAC Mobilidade, a afirmativa deste aporte deverá ser dada em janeiro.

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

DF: Melhorias no sistema de transporte também incluem integração

27/12/2011 - Correio Braziliense

A série de medidas que serão adotadas pelo DFTrans e pela Secretaria de Transportes incluem, além da licitação de novos ônibus e o uso de faixas exclusivas de ônibus, a integração dos transportes coletivos e a reforma da Rodoviária do Plano Piloto. As ações estão incluídas no pacote de obras anunciado pelo governador Agnelo na semana passada.


“Vamos implantar o sistema de integração, ou seja, todas as diferentes modalidades de transporte coletivo como ônibus, metrô, veículo leve sobre pneus e o veículo leve sobre trilhos serão integradas. Por meio do bilhete único, o usuário vai poder pegar, dentro de um tempo limitado, mais de um transporte coletivo sem precisar pagar a mais pela viagem”, anuncia o secretário Vazquez. Ele ainda destaca que a expectativa é de que até o final de 2012 não haja nenhum ônibus com mais de sete anos de uso rodando no Distrito Federal.

DF: Secretário de Transporte afirma que melhorias deverão ser sentidas em 2012

25/12/2011 - Correio Braziliense

O automóvel foi um dos grandes privilegiados na construção de Brasília. Pode-se constatar isso quando se observam o comprimento e a largura de suas avenidas. No entanto, o Distrito Federal tem demonstrado estar chegando ao seu limite. O caos provocado pela frota de 1,3 milhão de carros particulares em circulação não escolhe classe social. Pobres e ricos perdem muito tempo se deslocando de um ponto a outro da capital e pagam um preço alto pelo descontrole do trânsito, que tira vidas e polui o meio ambiente.

Mas o trabalho desenvolvido ao longo desse ano pela Secretaria de Transportes do GDF criou bases para uma profunda transformação, e os primeiros sinais deverão ser sentidos já no começo de 2012. Quem nos explica isso, entre um chimarrão e outro, é o secretário de Transportes do Distrito Federal, o gaúcho José Walter Vazquez. Ele faz um balanço deste primeiro ano de governo, fala sobre o projeto que cria um novo modelo de mobilidade urbana para a cidade e antecipa como será a mudança estratégica que vai priorizar o transporte coletivo no lugar do particular.

Qual o principal ponto atacado pelo governo na nova política de transportes do DF?

Quando o atual governo assumiu, fazia mais de três décadas que Brasília não tinha um Plano Diretor de Transporte. Havia milhares de linhas e um emaranhado de 75% dos contratos vencidos, porque não existia uma visão de longo prazo. Não houve preocupação com isso. Sempre se achou que, porque Brasília era uma cidade planejada, com avenidas longas e largas, nós nunca iríamos ter problemas. O que aconteceu? Fomos fazendo tudo no improviso. Então, o primeiro ponto que este governo atacou foi enviar à Câmara Legislativa do Distrito Federal o Plano Diretor de Transporte Urbano (PDTU). Esse Plano Diretor foi aprovado com esforço, colaboração e aprimoramento da Câmara, e nós pudemos ter uma visão de um prazo mais longo.

Como o PDTU ajudou na elaboração de um novo modelo de transporte para a capital?

Encontramos o transporte público nas mãos de um consórcio de empresários que controlava o Sistema de Bilhetagem, por meio da empresa Fácil. Eles tinham a competência operacional para implantar e controlar as linhas, e ainda geravam todas as informações. Dessa maneira, não era possível planejar, porque os dados primários já vinham tratados por eles. Essas informações eram, portanto, de confiabilidade duvidosa para o governo. Em junho, nós retomamos a Fácil e tanto a bilhetagem como o sistema de informações saiu das mãos dos empresários e veio para o GDF. Isso nos permitiu, de um lado, ter uma visão clara de que precisaríamos de uma transformação estrutural do sistema de transporte e, de outro, que não adiantaria fazer remendos.

A licitação de uma nova frota de ônibus faz parte dessa transformação?

Sim. Nós realizamos uma audiência pública no dia 14 de dezembro e anunciamos à população como nós iríamos tratar o Transporte dali para frente. Temos até o final de fevereiro para apresentar o edital de licitação de todos os contratos que não têm cobertura, o que representa cerca de 75% da frota. Essa licitação vai mudar todo o sistema e aí nós começaremos a ter realmente a transformação para o usuário. Por enquanto, nós estamos plantando as bases.

O que vai ser exigido das empresas vencedoras da licitação, em termos de qualidade?

Vamos exigir a troca, a contratação e a colocação de uma frota de ônibus novos. A expectativa é de que, até o final de 2012, nós não tenhamos nenhum ônibus com mais de sete anos de uso rodando no DF.

Como vai funcionar o sistema integrado de transportes coletivos? Haverá bilhete único?

A partir do julgamento da nova licitação, vamos implantar o sistema de integração, ou seja, todas as diferentes modalidades de transporte coletivo como ônibus, metrô, VLP* (que é como o BRT** está sendo chamado) e o VLT*** serão integradas. O usuário que tiver o cartão da passagem vai poder pegar, dentro de um tempo limitado, mais de um transporte coletivo sem precisar pagar a mais pela viagem, por meio do bilhete único. No entanto, estamos estudando a manutenção das tarifas menores para os deslocamentos regionais, como, por exemplo, de um ponto de Taguatinga para outro, também em Taguatinga. O sistema tem que ser compensador para quem utiliza várias modalidades de transporte para se deslocar de casa para o trabalho e vice-versa, mas sem onerar com a mesma tarifa quem faz pequenas viagens.

Qual é o desafio do GDF, em matéria de transportes, para a Copa do Mundo e para os grandes eventos esportivos que se aproximam?

O nosso desafio é bem diferente de outros centros urbanos: tirar o turista do aeroporto e levá-lo até o Setor Hoteleiro. Os outros eixos vão estar consolidados, como o metrô, que levará passageiros para todos os lados. O turista vai ficar nos hotéis estará a, no máximo, 1,5 mil metros do estádio. Além disso, a Copa do Mundo ocorrerá na época da seca – o que permitirá às pessoas irem ao evento esportivo a pé ou de bicicleta. Então, vai ser uma copa extremamente funcional no sentido do deslocamento das pessoas, tanto para as festas que vão acontecer na Esplanada, como no deslocamento para o estádio. Existia uma demanda muito grande para a implantação de um sistema de ônibus executivo para o aeroporto. Mais que isso, esse sistema do ônibus executivo deveria ser um teste para que, amanhã ou depois, pudéssemos criar outras linhas. Isso já foi implantando.

Qual vai ser a primeira grande obra para agilizar o transporte de passageiros para o Plano Piloto?

Vamos fazer o primeiro BRT (sigla em inglês para Ônibus de Trânsito Rápido) de Brasília, o BRT Sul, que vai do Gama ao Plano Piloto e que deverá diminuir significativamente o tempo de deslocamento do trabalhador que mora nessas regiões. Paralelamente, assinamos o contrato para trocar todos os elevadores e todas as escadas rolantes da Rodoviária do Plano Piloto, que hoje se encontram parados. Os tapumes das obras vão começar a ser instalados em uma semana.

Como vai funcionar a parceria com o governo federal, por meio do PAC da Mobilidade Urbana?

Esse talvez seja o grande legado que essa gestão possa deixar na área de Infraestrutura de Transporte Urbano e de Mobilidade, que são os quatro pleitos que foram feitos ao governo federal: a Linha Amarela; os BRTs Sul, que liga a Saída Sul (Gama) ao Plano Piloto, e Norte, no corredor da Saída Norte (Planaltina) até o Plano Piloto; a conclusão da Linha verde, na Estrada Parque Taguatinga (EPTG), que conta com apenas um terço das obras prontas, e o corredor que liga Ceilândia ao Plano Piloto. Além disso, tem a expansão do metrô. Queremos ampliar o número de estações chegando até o final da Asa Norte. Queremos ainda aumentar o número de viagens de 150 para 350 mil por dia.

Qual é o montante de investimentos para essas obras?

Os investimentos totais são da ordem de R$ 2,8 bilhões em financiamentos que virão da Caixa Econômica e do Banco Nacional de Desenvolvimento [BNDES]; do fundo perdido, que é um tipo de doação feita pelo governo federal, e ainda da contrapartida financeira do GDF, tirada do orçamento, ou seja, do imposto que a população paga. Isso foi o que o GDF pediu. Agora, temos que esperar para ver o que o governo federal vai autorizar. Isso ainda não foi divulgado. Eu tenho a expectativa muito boa de que a gente possa chegar muito perto dos 100%, mas vai depender, é claro, da conjuntura econômica federal. Até porque, como nós tínhamos um plano diretor aprovado, as nossas propostas foram consideradas, tecnicamente, as mais integradas pelo Ministério das Cidades, que é quem avalia os pleitos.

As medidas vão resolver o problema crônico do transporte no DF?

Não temos ilusão de que as coisas se transformam apenas pela boa vontade, mas temos a certeza que estamos saindo de um círculo vicioso para entrar em um círculo virtuoso. Vamos ter ônibus novos, tecnologia própria, corredores exclusivos e possibilidade de termos mais velocidade. Algumas questões ainda precisam ser resolvidas, mas isso vai se equacionar. Uma coisa é você criar condições para o transporte funcionar e outra é fazer a gestão do dia a dia.

A partir de quando os efeitos das mudanças começarão a ser sentidos?

Os primeiros efeitos a gente vai começar a sentir, agora, com os testes da primeira faixa exclusiva na Estrada Parque Núcleo Bandeirante (EPNB), mas as maiores transformações nós só vamos ver por volta de setembro de 2012. Os pontos mais importantes a serem melhorados são a qualidade e a pontualidade e isso vai acontecer com os novos contratos, que contam com exigências de qualidade e de prazos.

(*) VLP é a sigla para Veículo Leve sobre Pneus

(**) BRT é a sigla para Bus Rapid Transit

(***) VLT é a sigla para Veículo Leve sobre Trilhos que melhorias deverão ser sentidas em 2012

O automóvel foi um dos grandes privilegiados na construção de Brasília. Pode-se constatar isso quando se observam o comprimento e a largura de suas avenidas. No entanto, o Distrito Federal tem demonstrado estar chegando ao seu limite. O caos provocado pela frota de 1,3 milhão de carros particulares em circulação não escolhe classe social. Pobres e ricos perdem muito tempo se deslocando de um ponto a outro da capital e pagam um preço alto pelo descontrole do trânsito, que tira vidas e polui o meio ambiente.

Mas o trabalho desenvolvido ao longo desse ano pela Secretaria de Transportes do GDF criou bases para uma profunda transformação, e os primeiros sinais deverão ser sentidos já no começo de 2012. Quem nos explica isso, entre um chimarrão e outro, é o secretário de Transportes do Distrito Federal, o gaúcho José Walter Vazquez. Ele faz um balanço deste primeiro ano de governo, fala sobre o projeto que cria um novo modelo de mobilidade urbana para a cidade e antecipa como será a mudança estratégica que vai priorizar o transporte coletivo no lugar do particular.

Qual o principal ponto atacado pelo governo na nova política de transportes do DF?

Quando o atual governo assumiu, fazia mais de três décadas que Brasília não tinha um Plano Diretor de Transporte. Havia milhares de linhas e um emaranhado de 75% dos contratos vencidos, porque não existia uma visão de longo prazo. Não houve preocupação com isso. Sempre se achou que, porque Brasília era uma cidade planejada, com avenidas longas e largas, nós nunca iríamos ter problemas. O que aconteceu? Fomos fazendo tudo no improviso. Então, o primeiro ponto que este governo atacou foi enviar à Câmara Legislativa do Distrito Federal o Plano Diretor de Transporte Urbano (PDTU). Esse Plano Diretor foi aprovado com esforço, colaboração e aprimoramento da Câmara, e nós pudemos ter uma visão de um prazo mais longo.

Como o PDTU ajudou na elaboração de um novo modelo de transporte para a capital?

Encontramos o transporte público nas mãos de um consórcio de empresários que controlava o Sistema de Bilhetagem, por meio da empresa Fácil. Eles tinham a competência operacional para implantar e controlar as linhas, e ainda geravam todas as informações. Dessa maneira, não era possível planejar, porque os dados primários já vinham tratados por eles. Essas informações eram, portanto, de confiabilidade duvidosa para o governo. Em junho, nós retomamos a Fácil e tanto a bilhetagem como o sistema de informações saiu das mãos dos empresários e veio para o GDF. Isso nos permitiu, de um lado, ter uma visão clara de que precisaríamos de uma transformação estrutural do sistema de transporte e, de outro, que não adiantaria fazer remendos.

A licitação de uma nova frota de ônibus faz parte dessa transformação?

Sim. Nós realizamos uma audiência pública no dia 14 de dezembro e anunciamos à população como nós iríamos tratar o Transporte dali para frente. Temos até o final de fevereiro para apresentar o edital de licitação de todos os contratos que não têm cobertura, o que representa cerca de 75% da frota. Essa licitação vai mudar todo o sistema e aí nós começaremos a ter realmente a transformação para o usuário. Por enquanto, nós estamos plantando as bases.

O que vai ser exigido das empresas vencedoras da licitação, em termos de qualidade?

Vamos exigir a troca, a contratação e a colocação de uma frota de ônibus novos. A expectativa é de que, até o final de 2012, nós não tenhamos nenhum ônibus com mais de sete anos de uso rodando no DF.

Como vai funcionar o sistema integrado de transportes coletivos? Haverá bilhete único?

A partir do julgamento da nova licitação, vamos implantar o sistema de integração, ou seja, todas as diferentes modalidades de transporte coletivo como ônibus, metrô, VLP* (que é como o BRT** está sendo chamado) e o VLT*** serão integradas. O usuário que tiver o cartão da passagem vai poder pegar, dentro de um tempo limitado, mais de um transporte coletivo sem precisar pagar a mais pela viagem, por meio do bilhete único. No entanto, estamos estudando a manutenção das tarifas menores para os deslocamentos regionais, como, por exemplo, de um ponto de Taguatinga para outro, também em Taguatinga. O sistema tem que ser compensador para quem utiliza várias modalidades de transporte para se deslocar de casa para o trabalho e vice-versa, mas sem onerar com a mesma tarifa quem faz pequenas viagens.

Qual é o desafio do GDF, em matéria de transportes, para a Copa do Mundo e para os grandes eventos esportivos que se aproximam?

O nosso desafio é bem diferente de outros centros urbanos: tirar o turista do aeroporto e levá-lo até o Setor Hoteleiro. Os outros eixos vão estar consolidados, como o metrô, que levará passageiros para todos os lados. O turista vai ficar nos hotéis estará a, no máximo, 1,5 mil metros do estádio. Além disso, a Copa do Mundo ocorrerá na época da seca – o que permitirá às pessoas irem ao evento esportivo a pé ou de bicicleta. Então, vai ser uma copa extremamente funcional no sentido do deslocamento das pessoas, tanto para as festas que vão acontecer na Esplanada, como no deslocamento para o estádio. Existia uma demanda muito grande para a implantação de um sistema de ônibus executivo para o aeroporto. Mais que isso, esse sistema do ônibus executivo deveria ser um teste para que, amanhã ou depois, pudéssemos criar outras linhas. Isso já foi implantando.

Qual vai ser a primeira grande obra para agilizar o transporte de passageiros para o Plano Piloto?

Vamos fazer o primeiro BRT (sigla em inglês para Ônibus de Trânsito Rápido) de Brasília, o BRT Sul, que vai do Gama ao Plano Piloto e que deverá diminuir significativamente o tempo de deslocamento do trabalhador que mora nessas regiões. Paralelamente, assinamos o contrato para trocar todos os elevadores e todas as escadas rolantes da Rodoviária do Plano Piloto, que hoje se encontram parados. Os tapumes das obras vão começar a ser instalados em uma semana.

Como vai funcionar a parceria com o governo federal, por meio do PAC da Mobilidade Urbana?

Esse talvez seja o grande legado que essa gestão possa deixar na área de Infraestrutura de Transporte Urbano e de Mobilidade, que são os quatro pleitos que foram feitos ao governo federal: a Linha Amarela; os BRTs Sul, que liga a Saída Sul (Gama) ao Plano Piloto, e Norte, no corredor da Saída Norte (Planaltina) até o Plano Piloto; a conclusão da Linha verde, na Estrada Parque Taguatinga (EPTG), que conta com apenas um terço das obras prontas, e o corredor que liga Ceilândia ao Plano Piloto. Além disso, tem a expansão do metrô. Queremos ampliar o número de estações chegando até o final da Asa Norte. Queremos ainda aumentar o número de viagens de 150 para 350 mil por dia.

Qual é o montante de investimentos para essas obras?

Os investimentos totais são da ordem de R$ 2,8 bilhões em financiamentos que virão da Caixa Econômica e do Banco Nacional de Desenvolvimento [BNDES]; do fundo perdido, que é um tipo de doação feita pelo governo federal, e ainda da contrapartida financeira do GDF, tirada do orçamento, ou seja, do imposto que a população paga. Isso foi o que o GDF pediu. Agora, temos que esperar para ver o que o governo federal vai autorizar. Isso ainda não foi divulgado. Eu tenho a expectativa muito boa de que a gente possa chegar muito perto dos 100%, mas vai depender, é claro, da conjuntura econômica federal. Até porque, como nós tínhamos um plano diretor aprovado, as nossas propostas foram consideradas, tecnicamente, as mais integradas pelo Ministério das Cidades, que é quem avalia os pleitos.

As medidas vão resolver o problema crônico do transporte no DF?

Não temos ilusão de que as coisas se transformam apenas pela boa vontade, mas temos a certeza que estamos saindo de um círculo vicioso para entrar em um círculo virtuoso. Vamos ter ônibus novos, tecnologia própria, corredores exclusivos e possibilidade de termos mais velocidade. Algumas questões ainda precisam ser resolvidas, mas isso vai se equacionar. Uma coisa é você criar condições para o transporte funcionar e outra é fazer a gestão do dia a dia.

A partir de quando os efeitos das mudanças começarão a ser sentidos?

Os primeiros efeitos a gente vai começar a sentir, agora, com os testes da primeira faixa exclusiva na Estrada Parque Núcleo Bandeirante (EPNB), mas as maiores transformações nós só vamos ver por volta de setembro de 2012. Os pontos mais importantes a serem melhorados são a qualidade e a pontualidade e isso vai acontecer com os novos contratos, que contam com exigências de qualidade e de prazos.

(*) VLP é a sigla para Veículo Leve sobre Pneus

(**) BRT é a sigla para Bus Rapid Transit

(***) VLT é a sigla para Veículo Leve sobre Trilhos

Primeiro dia de faixa exclusiva na EPNB registra 4 km de congestionamento

27/12/2011 - Correio Braziliense, Adriana Bernardes

Uma iniciativa concreta de priorizar o transporte coletivo de passageiros em detrimento do individual será testada a partir de hoje no Distrito Federal.

Os ônibus que passam pela Estrada Parque Núcleo Bandeirante (EPNB) terão uma faixa exclusiva para circular e os demais veículos estão proibidos de trafegar por ela.
Na tarde de ontem, funcionários do Departamento de Estradas de Rodagem (DER) concluíam a sinalização da via e a instalação dos OCRs, equipamentos com câmera que vão flagrar e multar os donos de qualquer veículo que não seja ônibus circulando na área destinada aos coletivos.
Desde a última sexta-feira, servidores do órgão distribuem panfletos alertando os condutores sobre a mudança.

“Por enquanto, os motoristas não serão multados. No primeiro momento, vamos conscientizá-los da mudança e promover a educação”, explicou o superintendente de trânsito do DER, Murilo de Melo Santos.

A expectativa do governo é de que 40 mil usuários do transporte público sejam beneficiados. A medida vai atingir moradores de Taguatinga, Samambaia, Riacho Fundo 1 e 2, Núcleo Bandeirante, Arniqueiras, Águas Claras, Santa Maria, Gama e de parte do Entorno.
A principal vantagem para eles será a redução estimada do tempo de viagem em 20 minutos por dia.

Ainda não há previsão de quando os condutores que desrespeitarem a proibição de circular na faixa dos ônibus serão multados.

Mas, segundo Murilo de Melo, antes de isso ocorrer, a decisão será amplamente divulgada e não pegará ninguém de surpresa.

“Priorizar o transporte coletivo é um programa do governador Agnelo Queiroz. Esse é apenas o primeiro trecho. A meta é ampliar e levar também para outras rodovias”, disse.
A faixa exclusiva vai começar embaixo do viaduto do Pistão Sul de Taguatinga e terminará na altura do Sesi, num trecho de 8km. No entanto, a meta é ampliar a pista até o trecho em frente ao Zoológico de Brasília.

Foto: Iano Andrade/CB

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Corredor exclusivo para ônibus na EPNB atenderá 415 mil pessoas diariamente

22/12/2011 - Correio Braziliense

Com mais de um mês de atraso, o corredor exclusivo para ônibus será implantado na Estrada Parque Núcleo Bandeirante (EPNB). A partir da próxima terça-feira, os carros de passeio e caminhões ficarão proibidos de circular na faixa da direita entre os viadutos do Pistão Sul, em Taguatinga, e da Candangolândia nos dois sentidos. A medida atingirá cerca de 415 mil pessoas e faz parte de um pacote do Governo do Distrito Federal (GDF) para priorizar o transporte público coletivo. Durante o próximo ano, outras sete vias do DF receberão os corredores exclusivos para coletivos. O Transporte Urbano do Distrito Federal (DFTrans) também vai estudar se será necessário proibir o tráfego de caminhões na via durante os horários de pico.

O DFTrans escolheu a EPNB para implantar a primeira faixa exclusiva para ônibus devido à quantidade de pessoas que trafegam pela via. São 42.154 passageiros nos coletivos e 23.173 nos carros, somados os horários de pico da manhã e da tarde/noite. Do total de veículos que circulam pela via, apenas 6% são ônibus, mas eles transportam 70% das pessoas. Para o diretor-geral do DFTrans, Marco Antônio Campanella, a medida contribuirá para a melhoria do tráfego no local e do transporte público. “Essa é a prioridade e o governo está devendo isso à população. Com os corredores, o fluxo de veículos terá mais rapidez e fluidez”, garantiu. Segundo ele, a principal queixa dos usuários é o tempo da viagem. Com o corredor, serão economizados de 10 a 20 minutos nos dois sentidos da via, de acordo com estimativas do DFTrans.

A cinco dias da implantação do corredor exclusivo para ônibus, os motoristas ainda não sabem da medida. Apenas uma faixa branca de 25cm de largura, pintada somente em um trecho da via, no início da EPNB, indica alguma mudança. Campanella informou que o órgão iniciará uma campanha educativa e, aos poucos, a via será sinalizada horizontal e verticalmente. Para não pegar nenhum motorista de surpresa, o diretor-geral do DFTrans afirmou que não haverá punição para os condutores nos primeiros dias após a implantação. “Não multaremos na fase inicial, mas colocamos quatro câmeras que serão monitoradas pelo Centro de Controle Operacional do DER (Departamento de Estradas de Rodagem), além de policiais e agentes durante todo o dia no local”, adiantou.

O taxista Waldir Cruzeiro, 53 anos, morador de Ceilândia, aprovou a ideia. Ele passa pela via todos os dias para ir e voltar do trabalho. “Isso precisa ser bem estudado para não atrapalhar aqueles motoristas que precisam entrar nos retornos, mas pode melhorar bastante o fluxo porque muitos ônibus param em fila dupla e atrapalham o trânsito”, avaliou. Já o engenheiro de telecomunicações Ildebrando Neto, 37, morador do Park Way, não gostou da medida. “Acredito que vai piorar por conta do fluxo de carros concentrados em apenas duas faixas, principalmente no horário de pico. O principal problema nas vias do DF é a falta de policiamento, de orientação”, opinou.

Planos

Próximos corredores exclusivos a serem implantados:

» BR-020: entre Sobradinho I e a entrada da Ponte do Bragueto,nos dois sentidos

» BR-040: entre os viadutos de Santa Maria e da Candangolândia, nos dois sentidos

» Eixo Monumental: entre o Cruzeiro Velho e a Rodoviária do Plano Piloto, nos dois sentidos

» Avenida Hélio Prates: entre o centro de Ceilândia e o antigo Buritinga, nos dois sentidos

» DF-085: do Estádio Serejão ao Centro de Taguatinga

» Via Estrutural: entre a Cidade do Automóvel e a entrada do Viaduto Ayrton Senna, pela manhã

» Via Estrutural: entre o posto da Polícia Militar do DF e o viaduto do Pistão Norte, à noite


Fonte: Correio Braziliense (http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/cidades/2011/12/22/interna_cidadesdf,283743/corredor-exclusivo-para-onibus-na-epnb-atingira-415-mil-pessoas-diariamente.shtml)

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Quebra de monópolio no transporte coletivo

16/12/2011 - Alô Brasília

Com o objetivo de acabar com o monopólio das empresas de ônibus no Distrito Federal, um novo modelo para o transporte público foi apresentado à população, em audiência realizada no Ministério Público. Até o momento, é proposto dividir o DF em regiões chamadas bacias, cada uma delas sendo explorada por uma empresa ou um consórcio de empresas, que irão definir os preços das passagens em grupo. Assim, a decisão de aumentar os valores não ficaria a cargo de apenas uma empresa.

“A partir do momento que se põe mais operadores, ou consórcio de operadores, a tendencia é facilitar a fiscalização, podendo maximizar o seu uso. Assim, a qualidade do serviço tende a melhorar e a tarifa a ser reduzida”, afirmou José Augusto Pinto Júnior, coordenador executivo do Programa de Transporte Urbano DF. “O modelo econômico é que vai definir qual a melhor proposta. Até lá, contamos com a participação da sociedade para descobrirmos qual será a medida que usaremos”.

Na proposta, também poderia ser possível, teoricamente, um usuário portador do cartão de vale-transporte ir de uma cidade a outra pagando apenas um único bilhete, mesmo em regiões administrativas distantes entre si, onde atualmente seria necessário pegar, pelo menos, dois ônibus. Contudo, ainda falta a Secretaria de Transportes definir a limitação de tempo para o uso do bilhete único. A expectativa é que até a Copa das Confederações, realizada em 2013, o sistema já esteja integrado.

Para dar suporte a empreitada, o Governo do Distrito Federal (GDF) pretende licitar 100% da frota local. O motivo é o fato de 75% dos veículos que circulam atualmente estarem em situação irregular, porque foram inseridos no sistema sem que houvesse concorrência. O edital de licitação está previsto para ser lançado em fevereiro do próximo ano.

Fonte: Jornal Alô Brasília (http://www.alo.com.br/noticias/ultimas/?IdNoticia=150875)

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Começam obras do Veículo Leve Sobre Pneus

13/12/2011 - Correio Braziliense

Os operários responsáveis pela construção do sistema Veículo Leve Sobre Pneus (VLP) começaram hoje (13/12) a montagem dos canteiros de obra dos terminais no Gama e de Santa Maria e a limpeza das projeções. Sob responsabilidade do Departamento de Estradas de Rodagem do Distrito Federal (DER-DF) e executado pelo Consórcio Construtor BRT Sul Obra Gama — fazem parte as construtoras Andrade Gutierrez, Via Engenharia e OAS —, a empreitada teve início no último dia 6.

Todo projeto está orçado em R$ 530 milhões e deve ser concluído em 18 meses. O VLP terá 35 km de extensão, ligará as regiões administravas do Gama, Santa Maria e Park Way ao Plano Piloto e será integrado com o metrô na estação Asa Sul. Serão construídos 15 estações, 15 passarelas e dois terminais. A expectativa do governo é que o novo meio de transporte atenda 600 mil pessoas e reduza as viagens do Gama e Santa Maria para o Plano Piloto de 90 minutos para 40 minutos.

Fonte: Correio Braziliense (http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/cidades/2011/12/13/interna_cidadesdf,282667/comecam-obras-do-veiculo-leve-sobre-pneus.shtml)