sexta-feira, 29 de abril de 2011

JK ganha linha de ônibus executivo

29/04/2011 - Webtranspo

Iniciativa visa melhorias para a Copa de 2014

Linha funcionará todos os dias das 6h30 às 23h

Os passageiros do aeroporto JK em Brasília (DF) terão uma nova opção de ônibus executivos. As viagens que se iniciam nesta sexta-feira, 29, partem do terminal e tem parada na Esplanada dos Ministérios, Rodoviária do Plano Piloto e Setores Hoteleiros Norte e Sul.

Os veículos, que pertencem a TCB (Sociedade de Transportes Coletivos de Brasília Ltda), são equipados com ar-condicionado, suspensão a ar, câmbio automático, vidros fumê, TV, acesso a internet sem fio, bagageiro e ainda contam com acesso especial a pessoas portadoras de deficiência física ou com dificuldade de locomoção.

Os itinerários serão realizados todos os dias – incluindo finais de semana e feriados – a partir das 6h30 da manhã até às 23h, em intervalos de 30 minutos durante o dia, e de dez minutos nos horários de maior movimentação. O valor da tarifa é de R$ 8.

“O início das operações com os ônibus executivos é parte das ações do Governo do Distrito Federal, voltadas para a melhoria do sistema de transporte público e como preparativo para adequar a cidade de Brasília, sede de jogos da Copa do Mundo de 2014”, afirmou José Walter Vazquez Filho, secretário de Transportes da cidade.



Memória: Primeira Linha Executivo da TCB, inaugurada em 1975:
http://dftrans.blogspot.com/2011/04/primeira-linha-executivo-da-tcb-1975.html



SETOR HOTELEIRO NORTE E SUL
TARIFA 8,00
SAINDO DO AEROPORTO JUSCELINO KUBITSCHEK
Segunda a Sexta-feira
06:30 - 07:00 - 07:30 - 07:50 - 08:00 - 08:20 - 08:50 - 09:10 - 09:20 - 09:40
10:10 - 10:30 - 10:40 - 11:00 - 11:30 - 11:50 - 12:00 - 12:20 - 12:50 - 13:10
13:20 - 13:40 - 14:10 - 14:30 - 14:40 - 15:00 - 15:30 - 15:50 - 16:00 - 16:20
16:50 - 17:20 - 17:30 - 17:40 - 18:10 - 18:40 - 14:50 - 19:00 - 19:30 - 20:00
20:10 - 20:20 - 20:40 - 21:00 - 21:20 - 21:40 - 21:50 - 22:00 - 22:20 - 22:40
22:50 - 23:00
Sábado e Domingo
06:30 - 07:05 - 07:35 - 08:10 - 08:45 - 09:20 - 09:55 - 10:30 - 11:05 - 11:40
12:15 - 12:50 - 13:20 - 13:55 - 14:30 - 15:05 - 15:40 - 16:15 - 16:50 - 17:20
17:55 - 18:30 - 19:05 - 19:40 - 20:15 - 20:55 - 21:30 - 22:05 - 22:40 - 23:1



terça-feira, 26 de abril de 2011

Câmara Legislativa publica requerimento para CPI do Transporte

26/04/2011 - Correio Braziliense

Foi publicado no Diário da Câmara Legislativa, nesta terça-feira (26/4), o requerimento para instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar denúncias no Sistema de Transportes do Distrito Federal, na Secretaria de Transportes do DF e na autarquia DFTrans. Devido à ampla investigação, a CPI do DFTrans mudou de nome e passa a ser chamada de CPI do Transporte.

Com a publicação do requerimento, os blocos partidários têm cinco dias para indicar os cinco membros responsáveis por compor a CPI. Com mais essa publicação, já são três os pedidos de investigação na casa: CPIs do Pró-DF, da Saúde e dos Transportes. Uma reunião entre os líderes partidários, na tarde desta terça-feira (26/4), às 14h30, deve definir qual CPI terá prioridade na Casa.


sábado, 23 de abril de 2011

Brasília: Melhorias no transporte custarão R$ 7,8 bilhões

23/04/2011 - Correio Braziliense, Luisa Medeiros

O Plano Diretor de Transporte Urbano e Mobilidade (PDTU), aprovado pela Câmara Legislativa, prevê obras que vão facilitar a circulação no DF

Um dos grandes desafios do governo é oferecer aos cidadãos brasilienses um transporte público de qualidade. Mas isso não basta. É preciso criar condições apropriadas para a circulação de pedestres, de motoristas e de ciclistas nas ruas do Distrito Federal e do Entorno. O Plano Diretor de Transporte Urbano e Mobilidade (PDTU), aprovado na última terça-feira na Câmara Legislativa, planeja intervenções viárias para os próximos 10 anos, numa tentativa de reduzir o caos no trânsito — refletido no aumento do número de engarrafamentos, na falta de vagas e nos acidentes — e de melhorar a vida da população.

Para saírem do papel, as obras, orçadas em R$ 7,8 bilhões, podem contar com ajuda do governo federal. Com a aprovação do PDTU, o GDF poderá ter acesso aos R$ 2,4 bilhões do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) da Mobilidade, do Ministério das Cidades. O projeto vai custear investimentos no setor de transporte de cidades com mais de 500 mil habitantes. A seleção das propostas será feita em maio e a divulgação, em junho. Se o GDF for contemplado, terá 30 meses para executar pelo menos um terço do plano, que define diretrizes e políticas estratégicas para a gestão dos transportes urbanos. “São medidas importantes, não só para este governo como para as próximas gestões. Se nada for feito até 2020, Brasília vai parar”, destacou, em entrevista ao Correio, o secretário de Transportes, José Valter Vasquez. A contrapartida do governo local é de R$ 425 milhões.

Integração

Um estudo consolidado em três mil páginas mapeou a situação do setor e sugeriu mudanças. As ideias foram adaptadas ao projeto do PDTU, de autoria do Executivo local, cujo texto recebeu 54 emendas de deputados. Dessas, 40 foram acatadas. O plano fundamenta-se na articulação dos vários tipos de meios de transporte, como os ônibus de menor e de maior capacidade, o metrô e o veículo leve sobre trilhos. O projeto elaborado mostra as obras necessárias nos quatro principais eixos de circulação do DF. O da região sul abrange o Gama, Santa Maria e o Plano Piloto. Já o eixo sudoeste inclui o Recanto das Emas e o Núcleo Bandeirantes. Na zona oeste, as intervenções serão feitas em Ceilândia, em Samambaia e em Águas Lindas de Goiás. Já o eixo norte abrange cidades como Sobradinho e Planaltina de Goiás.

Todos os eixos receberão corredores exclusivos para ônibus. Com isso, a meta é reduzir à metade o tempo das viagens. Ao lado do corredor, haverá vias para os carros e passarelas subterrâneas, além de áreas para facilitar a movimentação dos pedestres. A largura das vias não será alterada mas, em alguns trechos de alta velocidade, marginais serão construídas.

A Estrada Parque Taguatinga (EPTG), ainda em construção, terá corredores exclusivos para ônibus. O secretário José Valter Vasquez adiantou que as obras previstas no PDTU devem começar pela Linha Amarela, que é o eixo sul. Um grupo de linhas atenderá o deslocamento expresso, sem passar por dentro do Plano Piloto. Sairá de cidades como Gama, Santa Maria, Park Way e passará pela Estrada Parque Industria e Abastecimento (Epia), até o terminal da Asa Norte, que ainda não existe. A licitação deve ocorrer ainda no primeiro semestre deste ano e o prazo estimado da obra é de 18 meses. O custo será de R$ 761 milhões.

O sistema de transporte do DF ganhará 34 terminais de ônibus, que servirão para a integração e para a distribuição dos passageiros. Ao todo, 41 pontos de controle terão a mesma função, só que a estrutura será mais simples. Os ônibus que vierem das regiões administrativas e do Entorno não circularão no Plano Piloto, porque haverá linhas exclusivas.
Ônibus

O governo pretende licitar a compra de 1,9 mil novos ônibus para o sistema de transporte. O processo foi iniciado na gestão passada e está sob análise na Procuradoria-Geral do DF. Os veículos serão adaptados para os portadores de necessidades especiais e haverá uma pequena redução na atual frota, que tem 2,7 mil veículos. Será desenvolvida também uma política tarifária específica para os ônibus do DF e do Entorno. A bilhetagem eletrônica garantirá que o passageiro pague por apenas uma passagem.

O PDTU atenderá oito municípios de Goiás: Luziânia, Planaltina, Águas Lindas, Novo Gama, Cidade Ocidental, Valparaiso, Santo Antônio do Descoberto e Formosa. A expansão do metrô é outro ponto previsto no PDTU. A primeira etapa leva o metrô até o Hospital Regional da Asa Norte. A segunda etapa expande o transporte até o fim da linha de Ceilândia e de Samambaia. Na terceira e última etapa, o metrô deve chegar até o fim da Asa Norte. A construção da linha do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) também é citada no plano. O projeto é esperado para a Copa do Mundo de 2014.

Problema crônico

O deficit de vagas de estacionamento atinge todas as cidades do Distrito Federal, mas o problema é ainda mais grave na região central. Hoje, existem cerca de 15 mil vagas na área central de Brasília, mas a demanda é de 80 mil espaços de estacionamento. No ano passado, o GDF finalizou um projeto para a construção das vagas de subsolo. Mas a nova gestão suspendeu o processo por suspeita de irregularidade. Agora, a
Administração de Brasília vai elaborar novas análises para preparar o edital de licitação. O projeto prevê a participação da iniciativa privada.

domingo, 10 de abril de 2011

Transporte público para a população do DF segue caótico

10/04/2011 -Blog Donny Silva

Na secretaria de Transportes do GDF,e no DFTrans, a quantidade de gente incompetente é enorme. Se fala muito e se produz poucos resultados práticos para a população que utiliza o sistema de transporte público. E já existem rumores  de que algumas empresas estariam “ajudando” certas pessoas no DFTrans, felizes da vida com as mudanças de linhas. O governo Agnelo errou de novo na indicação de nomes para um setor tão problemático. Também, quem mandou deixar na mão do vice?! Vem bomba por aí no transporte público do DF.

Confira a matéria publicada hoje pelo jornal Correio Braziliense:

Transporte público para a população do DF segue caótico
10/04/2011 - Correio Braziliense, Helena Mader

Além da implantação do VLT, a expansão do Metrô faz parte dos planos do governo para tentar melhorar o sistema de transporte público da cidade. “Criaremos mais de 6km de linhas. Tudo isso faz parte de um projeto de investimentos de R$ 2,4 bilhões em transporte e mobilidade urbana nos próximos quatro anos”, promete Agnelo.

Até agora, nenhuma das medidas teve efeitos práticos. O recepcionista Davi Batista Ferreira, 28 anos, mora em Santa Maria e trabalha no Setor Hoteleiro Sul. Diariamente, ele precisa pegar a linha 270, que segue lotada da Rodoviária até a casa do rapaz. “A passagem é cara, os ônibus atrasam e, para piorar, só circulam cheios. Depois de um dia de trabalho, preciso passar mais de uma hora em pé e espremido. Isso é um desrespeito completo com a população”, reclama Davi.
Na área de urbanização e de obras, o governo recuperou a pavimentação de vias, reformou praças e cortou gramados abandonados. Em Vicente Pires, onde as ruas estavam tomadas por buracos, as condições de tráfego estão bem melhores para os motoristas. Mas os moradores cobram medidas mais efetivas. “Não adianta só cobrir buraco porque o trabalho vai embora na primeira chuva.

Sem fazer o sistema de drenagem, todo o trabalho será em vão”, diz a comerciante Maria Lúcia Jesus Alves, 48 anos. Ela tem um bar na Rua 8 de Vicente Pires, que está coberta de lama. “Eles fazem o asfalto, mas ele não dura nada”, reclama.

Regularização

A população da cidade também está apreensiva por conta de outro problema: a regularização fundiária. “Moro aqui há 10 anos e sonho com isso. Acho que a cidade vai melhorar muito com a regularização. Quero ter a documentação do meu terreno”, cobra a dona de casa Geralda Vieira Lins, 63 anos.

Já a população do Sol Nascente, em Ceilândia, tem motivos para comemorar. A primeira etapa do setor foi regularizada no mês passado. A população agora torce pelo início das obras de infraestrutura. “Esperamos muito por isso. Precisamos da escritura, mas necessitamos mais ainda do asfalto e de construções, como postos de saúde”, comenta a dona de casa Nicilene Antônio Dias, 34 anos, que mora com a irmã Regina, 21.(HM)

quinta-feira, 7 de abril de 2011

TCB em 1975


Inauguracao da primeira linha Executivo, em 30/10/1975.

Funcionários da Coopatram encerram greve

07/04/2011 - Jornal de Brasilia
 
Os funcionários da Coopatran terminaram a greve na tarde desta quinta-feira (7). A decisão foi acatada por todos os funcionários em assembleia, após fechar acordo com os diretores da cooperativa. 
 
Ficou acertado que duas contas serão abertas, em uma delas será depositado o dinheiro das passagens da semana. Este valor será destinado aos funcionários. O valor das passagens dos fins de semana será para manutenção dos ônibus da frota. 
 
A fiscalização sobre a arrecadação da Coopatran e o repasse para os funcionários serão exercidos pelo Ministério Publico do Trabalho e pelo Sindicato dos Rodoviários. Além disso, os dias de greve serão abonados, e os rodoviários terão estabilidade no emprego por cem dias. 
 
Nesta sexta-feira (8) uma parcela dos ônibus ainda parados já volta a circular nas ruas. No entanto, apenas na segunda-feira (11) todos os funcionários voltarão ao trabalho normal.


Fonte: Da redação do clicabrasilia.com.br, com informações de Cristina Senna

Funcionários da Coopatram decidem em assembleia encerrar greve de 27 dias

07/04/2011 - Correio Braziliense

Funcionários da Cooperativa dos Profissionais Autônomos de Transporte (Coopatram) se reuniram em assembleia na tarde desta quinta-feira (7/4) e votaram pelo encerramento da greve iniciada no dia 11 de março. Os cooperados aprovaram um parecer elaborado pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) em parceria com representantes da empresa, e os ônibus devem voltar às ruas já nesta sexta-feira (8).

Saiba mais...

Coopatram permanece em greve e assembleia é adiada para a quinta-feira

Rodoviários furam greve da Coopatram e ônibus são apedrejados novamente

Grupo de motoristas fura greve da Coopatram e três ônibus são apedrejados

Empresários propõem pagamento parcelado para dar fim à greve da Coopatram

Funcionários da Coopatram cruzam os braços e 80 ônibus ficam sem circular

A reunião da categoria começou às 14h30 em Planaltina, e durou pouco mais de uma hora e meia.

O documento votado por cerca de 150 profissionais prevê o depósito de todo o montante arrecadado pela Coopatram de segunda a sexta-feira em uma conta bancária, a ser aberta pelo MPT. Ao fim de cada semana, o dinheiro será integralmente dividido entre os funcionários, até a quitação dos três meses de salários atrasados - apenas o gasto com óleo diesel será descontado.

Já a renda dos finais de semana será destinada ao conserto e à manutenção dos 80 veículos da cooperativa. "Dos 80 carros, apenas 60 estão aptos a rodar. Assim, nem é possível estimar o tempo necessário pra saldar a dívida", conta José Carlos Fonseca, diretor do Sindicato dos Rodoviários do DF. O Ministério Público do Trabalho vai fiscalizar a gestão do dinheiro nos próximos meses, em parceria com o sindicato e os trabalhadores.

Também ficou definido em comum acordo que nenhum dia de paralisação será descontado dos membros da Coopatram. Nos próximos dias, o Transporte Público do Distrito Federal (DFTrans) deve remanejar algumas linhas de tráfego consideradas "mais rentáveis" para a cooperativa, de modo a estabilizar o caixa da empresa.

quarta-feira, 6 de abril de 2011

MPF-DF cobra licitação para o transporte entre o DF e cidades do entorno

05/04/2011 - O Globo

BRASÍLIA - O Ministério Público Federal do DF (MPF-DF) ajuizou ação civil pública contra a União, a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e a Viação Anapolina (Vian) para corrigir irregularidades e garantir melhorias no serviço de transporte público entre o Distrito Federal e os municípios goianos de Luziânia, Valparaíso de Goiás e Cidade Ocidental.

No processo, o Ministério Público pede que a Viação Vian seja condenada a pagar multa - que pode chegar a 30% do faturamento anual da empresa - pelos danos causados aos consumidores, como superlotação de passageiros, má conservação de veículos, ausência de tabela de horários, falta de cintos de segurança, assentos de bancos soltos, extintores de incêndio vencidos e pneus lisos.

Segundo o MPF, há várias décadas todas as linhas que ligam Brasília a regiões do entorno são operadas pela empresa Vian, sem qualquer concorrência. Em caráter de urgência, a ação pede à Justiça que condene a ANTT a iniciar, imediatamente, as providências necessárias para licitar todas as linhas exploradas precariamente sem licitação.

A empresa é ainda acusada de não cumprir os itinerários, interrompendo as viagens no meio do percurso. Por tudo isso, o MPF-DF pede, ainda, que a Justiça declare extintas as permissões e autorizações especiais concedidas irregularmente à empresa.

"Ficou provado que a Viação Anapolina Ltda presta um serviço irregular, inseguro e impontual", afirma na ação o procurador da República Marcus Marcelus Goulart.
O MPF também questiona a omissão da ANTT e do Ministério do Transporte na fiscalização dos serviços prestados pelo grupo Vian. Contrariando recomendação enviada pelo MPF-DF em junho de 2009, a agência jamais instaurou procedimento administrativo para verificar a regularidade do serviço outorgado.

Vários adiamentos foram feitos pela própria ANTT no cronograma de licitações para concessão do serviço de transporte rodoviário interestadual, inclusive das linhas que ligam o DF às cidades do entorno, inicialmente previsto para 2008.

domingo, 3 de abril de 2011

Cooperativas de micro-ônibus do DF estão à beira da falência

03/04/2011 - Correio Braziliense, Renato Alves

Falta de dinheiro e planejamento, empréstimos impagáveis, greves e má administração aproximam o sistema alternativo da extinção. A concessão do serviço prestado na capital do país, no entanto, vai até 2017




Apresentadas como solução de parte dos problemas do caótico sistema de transporte público do Distrito Federal, as cooperativas de micro-ônibus se transformaram no maior transtorno dos passageiros. Em menos de três anos de operação, as entidades estão à beira da falência. Sem dinheiro para pagar os funcionários, as greves se tornaram rotina. A situação chegou a esse ponto em função de uma série de irregularidades. Elas começaram com a falta de planejamento do governo e empréstimos com juros astronômicos e explodiram em meio a uma política de benefícios às antigas empresas de ônibus e a péssima gestão dos cooperados.

Sete cooperativas e uma empresa ganharam o direito de fazer parte do sistema de transporte público após licitação iniciada em 2007 e concluída em 2008. Com 620 veículos, entre ônibus e micro-ônibus, elas circulam por 16 regiões administrativas do DF, operando 166 das mais de mil linhas criadas pela Secretaria de Transportes ao longo dos anos (veja arte). Mas, a partir do primeiro ano de operação, começaram a surgir os problemas e as consequentes paralisações dos funcionários — são cerca de 5 mil motoristas e cobradores, 25% dos rodoviários da capital do país.

Os cooperados reclamam que os itinerários mais rentáveis foram transferidos arbitrariamente às empresas de ônibus do Distrito Federal

Conforme o edital de 2007, tudo indica que a bagunça no sistema, potencializada com as cooperativas, está longe de uma solução. Elas podem ficar com as linhas ganhas na licitação até 2017. “Não temos como cancelar esse edital, pois, a princípio, ele não teve vício. Mas também não sabemos se as cooperativas estarão aptas a operar até 2017, devido aos seus problemas financeiros”, reconhece Marco Antônio Campanella, diretor-geral do Transporte Urbano do Distrito Federal (DFTrans), órgão responsável pelo gerenciamento do sistema de transporte de passageiros da capital brasileira.

Pirataria “oficial”

O mesmo edital que concedeu as linhas às cooperativas por 10 anos, renováveis por mais 10, tornou os vencedores da concorrência pública reféns de decisões escusas do governo da época e de contratos nada vantajosos com bancos privados e público. Nos quatro anos da administração de José Roberto Arruda e de Rogério Rosso, os cooperados viram os itinerários mais rentáveis serem transferidos arbitrariamente às empresas convencionais, sem que essas enfrentassem uma licitação. Grandes empresários do setor, como Wagner Canhedo e Nenê Constantino — donos dos grupos Viplan e Planeta, respectivamente — passaram a operar o sistema com ônibus piratas, pois os veículos não têm as permissões determinadas em lei.

O DFTrans estima em mais de mil o número de ônibus piratas pertencentes às empresas. “Nem sequer temos o número exato. Foram criando linhas e modificando os operadores, de acordo com interesses políticos e financeiros em detrimento das cooperativas”, afirma Campanella. Parte das cooperativas havia sido criada justamente para substituir 160 ônibus da frota vencida do sistema, que não foi entregue em 21 de abril de 2008, data-limite imposta pela Secretaria de Transportes para a renovação. O acordo entre o Governo do Distrito Federal (GDF) e as 11 empresas de transporte coletivo do DF previa a troca de 500 veículos. Mas, com o tempo, as empresas não só recuperaram os itinerários como tomaram outros dos cooperados.
 
VEJA INFOGRÁFICO

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Pela segunda vez, TCB tenta usar ônibus de luxo para linha do aeroporto

26/03/2011 - Correio Braziliense - Juliana Boechat

Os veículos novos e luxuosos que farão a ligação do Aeroporto Juscelino Kubitschek ao Setor Hoteleiro estarão prontos para circular até o fim de abril. A previsão foi feita pelo Secretário de Transportes, José Walter Vazquez Filho, durante uma cerimônia no Palácio do Buriti na tarde de ontem. Segundo ele, os ônibus já estão em Brasília, mas ainda precisam ser regularizados. “Eles estavam completamente adesivados com imagens muito bonitas da cidade, mas quando tentamos emplacá-los, fomos avisados que um percentual do veículo deveria ser mantido intacto. Então, tiramos todos os adesivos e estamos recolocando dentro da cota permitida”, explicou o secretário. 

Vazquez afirmou que os veículos serão equipados com televisão, internet e ar condicionado, com tarifa de R$ 8. A decisão de comprar os ônibus partiu da Sociedade de Transportes Coletivos de Brasília (TCB). A empresa pagou R$ 446 mil por unidade, totalizando R$ 2,23 milhões. As cinco unidades foram adquiridas por meio de pregão eletrônico. A nota de empenho em favor de uma revenda de veículos da marca alemã Mercedes-Benz foi emitida em 17 de agosto de 2010. A primeira viagem partirá do terminal aéreo às 5h30 e a última, às 23h30. Os veículos passarão pelos eixos W e L, pela Rodoviária do Plano Piloto e pelos setores hoteleiros Norte e Sul. O percurso (ida e volta) terá duração de 80 minutos. 

Essa é a segunda tentativa de criar uma linha executiva ligando o aeroporto aos principais hotéis da capital, como é comum acontecer nas principais cidades do país e do mundo. Da primeira vez, em julho de 2008, a TCB também comprou cinco veículos de luxo, por R$ 332 mil cada. Mas bastou um protesto dos taxistas que monopolizam o transporte no terminal aéreo para que o projeto fosse engavetado.

Manoel Neto é acusado de irregularidades que levaram a TCB à pior crise

31/03/2011 - Correio Braziliense, Renato Alves

Nepotismo, abuso de poder, desvio de dinheiro público. Práticas comandadas por Manoel Neto no gabinete da mulher, a deputada federal Jaqueline Roriz (PMN), eram comuns na gestão dele à frente da Sociedade de Transportes Coletivos de Brasília (TCB), irregularidades que levaram a estatal de ônibus a viver a pior crise financeira dos seus 50 anos.

Quando assumiu a presidência da TCB, em janeiro de 1999, a empresa era a quarta do setor no Distrito Federal, com 210 ônibus. Sua dívida não passava dos R$ 10 milhões. Neto deixou a estatal três anos depois, com apenas 44 veículos em operação, em oitavo lugar no ranking do transporte coletivo e cerca de R$ 60 milhões em débitos.

Derrotado na disputa por uma cadeira na Câmara Legislativa, Manoel Neto assumiu a TCB no primeiro mês da penúltima gestão de Joaquim Roriz (1999-2002). Na campanha eleitoral, Roriz prometeu reerguer a sucateada estatal. Ao tomar posse na presidência da empresa, Neto reuniu os funcionários e disse que compraria até novos ônibus. Não cumpriram a promessa.

Já em 2001, Roriz anunciou a privatização da TCB, com apoio da Câmara Legislativa. A partir daí, a empresa perdeu suas fontes de renda e passou a dar mais prejuízos ao governo. Desde o anúncio da extinção da estatal, as suas melhores linhas foram entregues às empresas privadas, como a Expresso São José e a Viva Brasília, do então senador Valmir Amaral (PMDB), colega de partido de Roriz e Neto.

Gastos
Contrariando o quadro financeiro negativo, o então diretor presidente da TCB, Manoel Neto, não economizou nos gastos. Em 2001, ele comprou três carros — dois Santanas e um Gol — para a diretoria por R$ 47 mil. Além disso, construiu auditório e consultórios médicos e dentários, apesar de existirem outros maiores na sede da empresa. Estes acabaram desativados.

Neto também não economizou com o funcionalismo. Ainda em 2001, ele aumentou o número de cargos de confiança de 42 para 47. Esses funcionários ganhavam, juntos, R$ 100 mil por mês, um quarto do que a empresa arrecadava.

Entre os funcionários estava a irmã mais velha do presidente da TCB, Cátia Costa de Oliveira, que recebia R$ 2.819 no cargo de chefe de assessoria de planejamento. É a mesma que, anos depois, estaria empregada no gabinete da cunhada Jaqueline Roriz, também sem enfrentar concurso público. Desde o decreto assinado em dezembro de 2001, o GDF assumiu cerca de 1.000 funcionários da TCB — a maioria contratada sem concurso — e uma folha de pagamento de quase R$ 1 milhão.

Festas
Mesmo com o quadro caótico, a TCB ainda fez festa em março de 2002. O evento, realizado no pátio da estatal, com comes e bebes, marcou a despedida de Manoel Neto, que deixou o cargo para concorrer a uma vaga na Câmara Legislativa pelo Partido Trabalhista Cristão (PTC). Não era a primeira festa comandada por Neto na estatal de ônibus.

Na madrugada de 18 de junho de 2000, policiais foram à Garagem Central da TCB (SGON, Quadra 6 ) para conter a violência que tomou conta da festa Vale Transporte-se. Por volta das 3h30, começou uma briga. Dois tiros foram disparados. A PM entrou na empresa e determinou o fim do evento alegando falta de segurança.

Segundo os organizadores, a festa tinha caráter beneficente. Todo o dinheiro arrecadado seria destinado ao Comitê de Entidades Públicas e Privadas de Combate à Fome e à Miséria do DF, da rede nacional criada pelo sociólogo Herbert de Souza. A entidade tinha como secretária executiva Liliane Roriz, filha do governador à época, Joaquim Roriz, futura deputada distrital e cunhada de Manoel Neto.

Liliane não estava na festa e nunca disse quanto a noitada rendeu à entidade. Nem Neto nem a empresa privada organizadora da Vale Transporte-se, que atraiu cerca de 800 pessoas à sede da TCB. Todos, inclusive Manoel Neto, dançaram ao som de música techno até o início da pancadaria.

Os descolados que desembolsaram R$ 15 pelo convite tiveram tratamento VIP. Não precisaram caminhar da portaria da empresa até o local da festa, na área do posto de gasolina. Para fazer o percurso de 200 metros, tinham à disposição dois ônibus da TCB, dirigidos por motoristas da empresa. Um desses veículos era a jardineira usada no programa Turismo Cívico durante o governo de Cristovam Buarque (PT). O outro ônibus, reformado recentemente, seria destinado à Defensoria Pública do DF para o projeto Justiça Itinerante.

Propaganda
Para fechar a sua administração como começou, sob denúncias, Neto mandou afixar propaganda nas traseiras dos ônibus da empresa. O material plástico adesivo divulgava o programa Forró Atividade, de Manoel Neto, que ia ao ar todos os domingos, na Rádio Atividade FM, do ex-deputado federal Wigberto Tartuce (PPB). A publicidade trazia fotografia do apresentador do programa e ex-presidente da TCB. Enquanto isso, sem comprar pneus e peças para os ônibus, a saída da TCB para consertar os veículos era tirar o aproveitável da frota da própria empresa. Uma espécie de canibalismo automotivo.