terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

BRT do DF funciona apenas como corredor de ônibus, diz relatório da CGU

Projeto custou R$ 648 milhões. Mobilidade afirmou que vai reabrir estações até julho. Segundo pasta, nova licitação será aberta para instalar sistema de informatização da rede.

20/02/2017 -  G1 DF

Relatório da CGU diz que BRT não passa de corredor exclusivo de ônibus

Prometido como um sistema inteligente de transporte, o BRT funciona apenas como um corredor exclusivo de ônibus, aponta um relatório da Controladoria-Geral da União (CGU). No projeto, inaugurado em junho de 2014, foram investidos R$ 648 milhões.

Em entrevista à TV Globo nesta segunda-feira (20), a Secretaria de Mobilidade informou que as estações fechadas vão ser abertas até o início de julho. A pasta afirmou também que já comprou material para a informatização do sistema de operação da rede.

Apesar disso, o governo informou que o consórcio responsável pela obra não quer instalar o sistema porque não recebeu todo o dinheiro para concluir a obra. A pasta responsável pelo serviço informou também que pode abrir uma licitação específica para isso.

Os auditores da controladoria apontaram problemas na qualidade da obra. Segundo o relatório, há trincas e depressões em parte da pista do BRT. Ainda de acordo com o documento, faltam monitores com informações ao passageiro nos terminais.

Sem a informatização da rede do BRT, a integração do sistema com o metrô e o VLT também não foi implementada. Para os auditores do órgão responsável pelo documento, os problemas impedem que o Sistema de Transporte BRT-Sul tenha funcionalidade operacional.

A controladoria afirma também que o GDF não colocou em operação o Sistema de Tráfego Inteligente que deveria coordenar todo o sistema do BRT. O sistema deveria medir o fluxo de veículos e pessoas, além de informar em tempo real o estado das vias e dos meios de transporte.

Apesar de não ter terminado o BRT Sul, o GDF anunciou, na semana passada, a instalação do bilhete único e do sistema de identificação facial por biometria. O gasto com a implantação do serviço deve ser feito pelas empresas de ônibus. Elas alegam, porém, que o governo deve a elas R$ 187 milhões – o GDF contesta e diz que a dívida é de R$ 110 milhões.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

Bilhete único do transporte começa a valer no DF em até 180 dias

16/02/2017 - Metrópoles

Governo anunciou também nesta quinta (16) a biometria facial nos ônibus e o sistema de rastreamento de ônibus por meio de GPS

João Gabriel Amador

O governador Rodrigo Rollemberg (PSB) assinou nesta quinta-feira (16/2) o decreto que prevê mudanças no sistema de transporte público do DF. As principais medidas incluem a implementação do sistema de bilhetagem única, a adoção da biometria facial em ônibus e a venda de passagens pelas empresas de transporte.

A novidade mais impactante é o bilhete único, que deve começar a valer em um prazo de 90 a 180 dias. “Teremos uma nova família de cartões que poderá ser usada nos ônibus, no metrô e nas bicicletas compartilhadas. Assim, o usuário poderá usar mais de uma modalidade com um único bilhete”, disse o secretário de Mobilidade, Fábio Damasceno.

Na prática, o usuário vai pode utilizar até três transportes, sendo duas integrações, no prazo de duas horas, contadas a partir da primeira validação.

A comercialização dos bilhetes também deve mudar. O decreto assinado prevê o aumento no número de pontos de venda. “Os cartões poderão ser comprados em cada terminal de transporte, no comércio, por meio de máquinas eletrônicas instaladas no Metrô, entre outros locais. Além disso, a recarga poderá ser feita via internet, aplicativo e em estabelecimentos comerciais”, destaca Damasceno.
Controle
Os recentes casos de fraudes nos benefícios de transporte provocaram as mudanças. Para ter maior controle, serão utilizados leitores de biometria facial em ônibus e no metrô. O projeto-piloto começa em março. “Isso garantirá que o usuário é o beneficiário. Assim, os passageiros deverão comparecer para fazer o cadastro segundo um calendário a ser estabelecido em breve”, explicou o secretário.

As frotas também passarão a contar com aparelhos de GPS. O rastreamento poderá ser acompanhado por usuários por meio de um App no celular. “Assim, as pessoas poderão ir para a parada na hora certa e fiscalizar o andamento dos veículos”, indicou Damasceno.

Segundo o secretário, o incentivo ao uso de cartão do bilhete único e o monitoramento por câmera nos ônibus devem diminuir drasticamente os assaltos a coletivos.

Os gastos para implantação das medidas, de acordo com o governo, serão custeados pelas empresas de transporte, que passarão a comercializar os bilhetes. “Caberá ao GDF e ao DFTrans apenas gerir e fiscalizar. Será semelhante ao papel da Infraero no transporte aéreo”, ressaltou o secretário.

Os dados de venda terão de ser informados em tempo real para o governo, para evitar fraudes das empresas. Experiência semelhante com a empresa Fácil não foi positiva. Tanto é que o DFTrans assumiu o sistema, em 2011, por falta de transparência.

Para o governador, as medidas previstas no decreto atendem promessas feitas durante sua campanha. “Esse é um passo importante para concretizarmos os planos que tínhamos em mente. Isso barateará o transporte da população”,  afirmou Rollemberg que, na virada do ano, aumentou a tarifa de ônibus e metrô em até 25%.