sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Ônibus velhos e passagens caras

25/11/2011 - Alô

Debate na Câmara Legislativa vai discutir redução nos preços das tarifas

Em agosto deste ano o Tribunal de Contas do Distrito Federal suspendeu a licitação prevista pela Secretaria de Estado de Transportes a fim de selecionar concessionárias para operar 900 ônibus que circulariam pela cidade.

O motivo foi a necessidade de mais justificativas de preços para que os novos ônibus fossem inseridos no sistema de transporte. Além de uma nova licitação prevista pelo GDF para dezembro, também deverá acontecer, em breve, uma discussão sobre a política tarifária do DF.

Depois do estado de conservação dos ônibus, o preço das passagens é a maior reclamação dos passageiros. O debate, que deve ocorrer na Câmara Legislativa, pretende abordar a redução de tarifas.

Atualmente existem 2.979 ônibus em circulação pela cidade e grande parte deles estão acima do tempo médio permitido de uso, que é de sete anos, enquanto boa parte já está com 7,5 anos de uso.

A suspensão da concorrência pública foi divulgada em nota pelo TCDF na qual afirmava:

“Para o Tribunal, o edital não esclarece se a concessão causará alteração na frota total que hoje opera no Serviço Básico do STPC, isto é, se os novos ônibus entrarão no sistema substituindo outros que operam irregularmente ou em adição a esses.”

Porém, apesar da sessão ordinária que ocorreu no final de outubro, o GDF marcou para o dia 12 de dezembro uma audiência pública que visa uma nova licitação para todas as linhas do sistema de transporte.

Mais de mil e cem linhas linhas cortam a cidade todos os dias, com aproximadamente um milhão de passageiros. A Viplan, maior empresa do ramo, detém 639 veículos em sua frota e chega a transportar cinco milhões de passageiros por mês.

Além da empresa, operam no sistema de transporte do DF mais 12 empresas privadas e sete cooperativas. No primeiro semestre deste ano, o GDF abriu licitação para 900 ônibus que circulariam na Estrada Parque Taguatinga e Guará (EPTG) e depois outros 1800 que substituiriam os veículos mais velhos.

O funcionário público Kleber Silva, 33, se indigna com o preço da passagem e com o péssimo estado de conservação dos ônibus.

“Morei no Rio de Janeiro e lá o transporte era bem melhor. Não demorava tanto como aqui além de ser muito mais limpo. O ônibus que sai da Rodoviária que vai para o Cruzeiro, à noite, é lotado de baratas”, comenta.

Moradores de Planaltina perdem a paciência com caos do transporte público

24/11/2011 - Correio Braziliense

Os moradores da Estância Mestre D’Armas, em Planaltina, perderam a paciência com a falta de quantidade e de qualidade do transporte público oferecido na região e fecharam os dois sentidos da BR-020 por cinco horas na manhã de ontem. Cerca de 100 manifestantes usaram troncos de árvores, pneus, placas antigas e até vasos sanitários para impedir a passagem de veículos em cinco barricadas montadas na rodovia. O bloqueio causou mais de 5km de congestionamento e terminou após negociação com o diretor do Transporte Urbano do Distrito Federal (DFTrans), Marco Antonio Campanella. O GDF prometeu deslocar ônibus de outras cidades para minimizar os transtornos.

O protesto teve início de maneira espontânea por volta das 6h30. Trabalhadores se irritaram com o segundo dia consecutivo de escassez de transporte para conduzi-los de Arapoanga e das cinco Estâncias ao Plano Piloto, onde a maioria trabalha. Os pontos de ônibus ficam às margens da BR-020, e a população afirma ser praticamente impossível entrar em um coletivo que saia da Rodoviária de Planaltina devido à superlotação. “Nenhum dos dois ônibus que deveria atender a gente apareceu. E os que vêm de Planaltina nem param. Quando param, quebram no meio do caminho. Como vamos trabalhar? Isso é uma falta de respeito”, desabafou a doméstica Ana Choma, 28 anos.

A explicação para os problemas veio horas depois, com a chegada de Campanella. Segundo ele, as empresas Veneza, Viva Brasília e Rápido Brasília, que operam linhas em Planaltina, perderam o prazo para se adequar às normas de segurança em cerca de 25 veículo e tiveram todos lacrados pela fiscalização na segunda-feira. Além disso, a área está há quase cinco meses sem os serviços da Coopatram, cooperativa que atendia à região de Planaltina.

Nas primeiras horas da revolta, não houve conflitos com os motoristas parados no trecho da rodovia. Muitos manifestaram apoio ao pleito popular. O professor Ricardo Neder, 54 anos, ia para o câmpus da Universidade de Brasília (UnB), em Planaltina, mas acabou retido. “Vejo o sacrifício das pessoas para pegar ônibus todos os dias. O desleixo com o planejamento de políticas de transporte público é escandaloso. A comunidade precisa se organizar e exigir da maneira certa as providências”, comentou.

Furaram o bloqueio só ambulâncias, carros de polícia e pessoas com problemas de saúde. Quando um carro particular passou, os ânimos se acirraram entre motociclistas e manifestantes. Houve bate-boca e os participantes do protesto atiraram toras de madeira. Ninguém ficou ferido. A PM, que estava próxima, não interveio.

Promessas

As duas primeiras barreiras só foram liberadas às 10h25, após Marco Campanella prometer o deslocamento de ônibus de outras cidades para suprir a demanda em Planaltina. Ele disse ainda que, até o fim do ano, outra empresa deve preencher o vazio deixado pela Coopatram. “Em último caso, faremos um contrato emergencial”, disse.

Os moradores concordaram em esperar até a próxima segunda-feira. A chegada do diretor do DFTrans foi acompanhada por quatro carros da PM, quatro da Rotam e dois do Corpo de Bombeiros. Das 11h às 12h10, os bombeiros apagaram as chamas e removeram os obstáculos na pista. A PM acompanhou a ação para impedir tumulto.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Moradores de Planaltina do DF fecham BR-020 na luta por um transporte público de qualidade

23/11/2011 - G1
Moradores de Planaltina interditam a BR-020 na manhã desta quarta-feira (23) em protesto contra as condições do transporte público da região. Segundo a Polícia Rodoviária Federal, cerca de cem pessoas atearam fogo em pneus e fecharam as pistas nos dois sentidos da rodovia. O Corpo de Bombeiros foi chamado para controlar as chamas.

A polícia informou que os manifestantes afirmam que só vão liberar a via depois que um representante do governo for ao local e apresentar uma proposta de melhoria para o serviço de transporte.

De acordo com a polícia, o congestionamento na pista que segue para Brasília já chega a três quilômetros. Policiais rodoviários estão no local do protesto para tentar organizar a passagem dos carros e desviar o trânsito.