terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Motorista ignora faixa exclusiva no 1º dia de operação na EPTG

31/01/2012 - G1

Muitos motoristas que passaram pela Estrada Parque Taguatinga (EPTG) nesta manhã não respeitaram o corredor exclusivo de ônibus semiexpressos, inaugurado nesta terça-feira (31). A medida restringe o uso das faixas da esquerda da via, nos dois sentidos, a linhas específicas do transporte coletivo público.

Fiscais do Departamento de Estradas de Rodagens (DER) e do Departamento de Trânsito do Distrito Federal (Detra) apenas orientaram motoristas que insistiam em trafegar pela faixa exclusiva. Ainda não há previsão de quando as multas pelo desrespeito ao corredor serão aplicadas.

Durante 45 minutos, entre 8h50 e 9h35 desta terça, sete ônibus semiexpressos passaram pelo corredor, no sentido Plano Piloto. Os veículos estavam com poucos passageiros. Nas vias marginais, ônibus tradicionais transportaram passageiros que desembarcaram na EPTG.

O diretor técnico do DFTrans, Lúcio Lima, afirmou que oito linhas estão fazendo o percurso semiexpresso, número que pode aumentar. “A partir do número 551 até a 557 passarão a operar na linha semiexpressa. É importante esclarecer à população que, nesse primeiro dia, é um número pequeno de ônibus, porém, na medida em que a demanda for aumentando, nós certamente aumentaremos a quantidade de ônibus.”

Lima indica como funciona a modalidade semiexpressa: “Quem vem do Setor O, Ceilândia, Taguatinga, a última parada é no centro de Taguatinga. Ele pega o corredor semiexpresso e para somente a partir da parada da Octogonal. No sentido inverso, a última parada no Plano é na Octogonal e só volta a parar no centro de Taguatinga.”

Apesar do bom fluxo na EPTG no primeiro dia de corredor de ônibus, foi possível verificar retenção na chegada à Octogonal. "Os problemas de afunilamento, tanto em Taguatinga como na região da Octogonal, vão continuar existindo porque a frota é rigorosamente a mesma ", disse o diretor do DFTrans, Marco Antônio Campanella, em coletiva que anunciou a medida.

De acordo com o DFTrans, 220 ônibus passam por dia na EPTG. Eles atendem mais de 22 mil passageiros. A frota de carros também é grande: 6,5 mil por dia.

O DFTrans informa que o objetivo da faixa exclusiva é diminuir o tempo da viagem em transporte coletivo, organizar o fluxo de carros, diminuindo a ocorrência de engarrafamentos, e aumentar a segurança na via.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Coletiva de imprensa- Faixa exclusiva para ônibus na EPTG
 
O diretor-geral do Transporte Urbano do Distrito Federal (DFTrans), Marco Antonio Campanella, e o diretor geral em exercício do Departamento de Estradas e Rodagem (DER), Reinaldo Teixeira, irão conceder entrevista coletiva nesta quinta-feira (26), às 10h30, na sede da autarquia – localizada na antiga Rodoferroviária. Na oportunidade, os diretores vão explicar o funcionamento da faixa exclusiva para ônibus na Estrada Parque Taguatinga Guará (EPTG).
 
Serviço
 
Coletiva de imprensa sobre o lançamento da faixa exclusiva para ônibus na EPTG
Data: quarta-feira, dia 26, às 10h30.
Local: DFTrans, localizado na antiga Rodoferroviária, 1° andar, Ala Sul.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Ônibus podem ter mais faixas exclusivas nas vias da capital

11/01/2011 - Jornal Coletivo

O corredor exclusivo para ônibus deve ser implantado em outras vias do Distrito Federal. Em funcionamento desde 27 de dezembro, a faixa para os veículos do sistema de transporte urbano na Estrada Parque Núcleo Bandeirante (EPNB) já causou muitas polêmicas entre os usuários da via. Entretanto, as pessoas que utilizam ônibus estão considerando a ação bastante positiva, pois o tempo de viagem até a região central de Brasília diminuiu.

Segundo Lúcio Lima, diretor técnico do Transporte Urbano do Distrito Federal (DFTrans), os resultados vistos no monitoramento diário realizado pelo órgão e também pelo Detran-DF e DER são de sucesso, principalmente para as pessoas que precisam andar de ônibus. “A faixa exclusiva está melhorando o transporte coletivo do DF. Por conta disso, já estamos estudando a possibilidade de implantá-la nas principais vias de acesso do DF, como BR-020, Estrutural, EPTG, W3 Sul, entre outras”.

Por enquanto, o monitoramento feito na EPNB não é eletrônico, ou seja, não está multando os motoristas que desrespeitam o corredor exclusivo para ônibus, e estão sendo realizadas apenas algumas análises do que pode ser melhorado para aumentar a fluidez da via. O diretor informou que o DFTrans já autorizou a liberação de táxis e ônibus escolares na faixa exclusiva, porém, ainda não há data definida para isso acontecer, mas provavelmente seja antes do fim das férias escolares.

Visão futurista

Lima afirmou que a criação de mais faixas está descartada. “Estamos com uma visão futurista para o DF, criar faixas não resolve o problema. É preciso priorizar o transporte coletivo, só o ônibus chegar mais rápido por causa do corredor exclusivo já é uma grande melhoria. Queremos incentivar as pessoas a utilizarem o transporte coletivo”.

Fonte: Jornal Coletivo (http://coletivo.maiscomunidade.com/conteudo/2012-01-11/cidades/3768/CORREDOR-DE-ÔNIBUS-EM-OUTRAS-VIAS-DO-DF.pnhtml)

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Solução temporária na EPTG

06/01/2012 - Correio Braziliense

Depois de anunciar diversas medidas para a melhoria da Estrada Parque Taguatinga (EPTG), a Secretaria de Transportes, o Departamento de Estradas de Rodagem (DER) e o Transporte Urbano do Distrito Federal (DFTrans) também estudam formas para colocar em funcionamento a faixa exclusiva para ônibus da via. Entre as opções, foram apontadas as possibilidades da implementação da mão contrária para a circulação de ônibus, também conhecida como mão-inglesa”, e da utilização da faixa como via expressa.

As ações seriam soluções temporárias de utilização da pista exclusiva enquanto ainda não é possível colocar em prática o projeto original da Linha Verde. Para utilização das faixas de concreto e das paradas de ônibus invertidas é necessária a conclusão da compra de veículos articulados, com portas dos dois lados. O processo licitatório teve início em 14 de dezembro, e, em fevereiro, deve ser publicado o edital de concorrência que definirá o consórcio responsável por operar na EPTG. Ainda não há previsão de data para que os novos veículos comecem a circular.

O fluxo invertido para os coletivos seria uma solução para o uso das paradas de ônibus, que continuam abandonadas no canteiro central da Linha Verde. Circulando no sentido contrário, mesmo os ônibus tradicionais, que contam apenas com portas do lado direito, poderiam desembarcar passageiros. Para não mudar a mão da via, outra solução seria usar a faixa de concreto como uma via expressa, em que os coletivos não parassem durante toda a extensão da EPTG. Os veículos que fizessem paradas ao longo do Setor de Indústria e Abastecimento (SIA) e de Vicente Pires teriam de trafegar normalmente, pela via marginal.

Vantagem

Para o especialista em trânsito Paulo Cesar Marques, o uso da controversa mão-inglesa é mais vantajoso do que a via expressa. “Faixas de ônibus em contra-fluxo são comuns em diversas cidades do mundo. E têm a grande vantagem de os veículos comuns não ocuparem o espaço, já que os motoristas não vão entrar na contramão”, apontou o professor da Universidade de Brasília (UnB). Para implantar a medida, porém, serão necessários diversos estudos sobre as adaptações necessárias. “O problema é a velocidade de 80km/h, que é alta na possibilidade de um choque frontal”, alertou.

O diretor-geral do DFTrans, Marco Antonio Campanella, lembrou que as opções ainda estão sob análise, e não têm data certa para serem implantadas. “Provavelmente, vamos colocar os ônibus circulando em vias expressas. A mão-inglesa vem contra todas as possibilidades, pois não há cultura no Brasil de usar esse sistema”, ressaltou Campanella. Segundo ele, o sistema semiexpresso seria o mais viável, pois a maioria dos passageiros que usam as linhas da EPTG não desembarcam nas paradas da via. “Constatamos que um grande número de pessoas não para na EPTG. Eles saem de Taguatinga, de Ceilândia e de Samambaia, e param somente no Plano Piloto, e vice-versa. A via expressa fará com que eles cheguem mais rápido.”

GDF estuda colocar ônibus para rodar em 'mão inglesa' na EPTG

05/01/2012 - G1

Estudo sobre uso de faixas da rodovia deve ficar pronto em quinze dias.
Projeto original previa o uso de ônibus com portas dos dois lados.

Diego Moraes
Do DFTV

Modelo adotado no DF não tem portas nos dois
lados do veículo (Foto: Reprodução TV Globo)
Os ônibus que circulam na Estrada Parque Taguatinga Guará (EPTG), no Distrito Federal, podem ser colocados para rodar no contra fluxo dos carros, no estilo "mão-inglesa", segundo a Secretaria de Transportes. Essa é uma das opções estudadas pela pasta para utilização das faixas de concreto na rodovia. Dessa maneira, ao trafegar no sentido contrário ao fluxo, os coletivos poderiam usar as paradas de ônibus instaladas no canteiro central
A proposta de colocar os ônibus em mão contrária é uma alternativa ao projeto original da EPTG, dentro da Linha Verde, que previa o uso de ônibus articulados com portas dos dois lados. Como esses veículos ainda não estão em circulação, as paradas estão abandonadas e os ônibus trafegam apenas nas marginais. O modelo dos coletivos que rodam na cidade atualmente só têm portas do lado direito.

saiba mais

DER-DF quer implantar 35 novos radares na EPTG até fevereiro
Obras de drenagem na EPTG devem começar neste mês, diz DER
Primeira faixa exclusiva de ônibus do DF começa a funcionar nesta terça
GDF terá que investir R$ 6 bilhões para melhorias no trânsito
A secretaria informou que o estudo sobre uso de faixas de concreto na rodovia deve ficar pronto nos próximos quinze dias. O secretário de Transportes, José Vasquez, afirmou que vai ser feito uma avaliação técnica para saber se é possível adotar a medida sem comprometer a segurança da EPTG.

Segundo ele, a mudança seria temporária, até que a licitação das linhas de ônibus do Distrito Federal seja concluída. “Na nova licitação, o contrato já prevê os novos ônibus com portas dos dois lados”, explica.

Caso o estudo aponte que a medida não é viável, a opção será destinar a faixa exclusivamente para ônibus que não param em pontos, como os interestaduais. “O fato é que em 15 dias vamos ter as faixas sendo usadas só por ônibus”, diz Vasquez. Segundo o secretário, o uso das faixas de concreto por carros estimula o abuso na velocidade e reforça a situação de abandono.
A secretaria anunciou nesta quarta-feira (4) medidas emergenciais para melhorar a segurança na EPTG, entre elas a instalação de mais 35 radares fixos (hoje são 15), elaboração de panfletos educativos e colocação de painéis eletrônicos com informações para orientar motoristas sobre as condições de tráfego e meteorológicas.

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

GDF pretende implantar grandes alterações no transporte este ano

03/01/2011 - Jornal O Coletivo

O ano de 2012 acabou de começar. Ainda estamos em férias escolares e pouco se pode ver quanto aos reflexos da única grande mudança realizada no transporte coletivo no ano passado: a implantação da faixa exclusiva para ônibus da EPNB. Por enquanto, a alteração tem sido positiva para quem anda de ônibus, mas incomoda os motoristas de carro particular, que perderam uma faixa para transitar.

Como gosta de afirmar o governador do DF, Agnelo Queiroz, 2011 foi para arrumar a casa. Na área de transportes, isso talvez tenha sido mais válido que em outras áreas, principalmente pelo fato de ter sido criado um Plano Diretor de Transporte Urbano, pela primeira vez na história do DF, e por uma audiência pública que buscou ouvir a população sobre as propostas de alterações futuras.

Segundo o secretário de Transportes do DF, José Walter Vazquez Filho (foto), a expectativa é de que, até o final de 2012, não tenha nenhum ônibus com mais de sete anos de uso rodando na cidade. E essa é apenas uma das mudanças previstas.

Grandes mudanças

Mas, ao que tudo indica, os maiores feitos na área de transporte no DF ficaram mesmo para 2012. As prioridades serão a racionalização das linhas, a renovação da frota e a implantação de um sistema de monitoramento dos ônibus. Será implantado um sistema tronco alimentador, com um corredor onde desembarcam passageiros vindos de diversos pontos da cidade e, com uma mesma passagem, chegam ao centro de Brasília, com outro ônibus. “A ideia básica é que, reduzindo o número de linhas, sendo complementares, poderemos diminuir o número de ônibus e não ter impacto na tarifa”, diz o secretário de Transportes do DF, José Walter. Outro grande projeto previsto é a implantação do sistema chamado inteligent transport sistem (ITS).

Desafios

Para o especialista em trânsito, Artur Moreira, os desafios para este ano são grandes. E o primeiro passo é saber que se deve priorizar o transporte coletivo. Mas, segundo o especialista, até hoje os investimentos estiveram mais voltados para o transporte individual o que, segundo ele, é muito mais caro de se manter, produz muito mais poluição e traz poucos efeitos para melhorar o trânsito nas grandes cidades.

Artur Moreira observa que o melhor é começar pelos investimentos mais baratos e, por isso, elogia a implantação do corredor exclusivo para ônibus. Segundo Agnelo Queiroz, em recenete programa de rádio, o transporte coletivo será prioridade em 2012.
Marcadores: transporte coletivo df

Plataforma Rodoviária é o projeto mais complexo da construção de Brasília

31/12/2012 - Correio Braziliense

A construção da Rodoviária invadiu a paisagem para marcar o centro geográfico do Plano Piloto com suas múltiplas funções. É arquitetura e também é urbanismo
 
Do centro geográfico do Plano Piloto brota uma obra que é ao mesmo tempo um edifício e um sistema viário, peça de arquitetura e de urbanismo. A mais complexa obra de Brasília não pertence a Oscar Niemeyer. É uma das duas criações do arquiteto Lucio Costa para a cidade (a outra é a Torre de Tevê). A Plataforma Rodoviária é mutante: transfigura-se em Eixão, mistura-se ao Eixo Monumental e se transforma em estação de ônibus, de passageiros e em shopping e setor de serviços.


Por pouco, a Rodoviária não seria construída no governo de Juscelino e, talvez, em nenhum outro governo. Lucio Costa chegou a sugerir ao presidente que deixasse a obra no cruzamento dos eixos para o governo seguinte. "Não senhor. Seu projeto depende dessa plataforma, quero deixar tudo pronto e iluminado". E assim foi feito. (Veja texto de Maria Elisa Costa).

O desprezo da qual a múltipla obra tem sido vítima ao longo dos últimos governos esmaeceu, mas não destruiu a grandeza do projeto de Lucio Costa. "Simbolicamente — escreveram Geraldo Nogueira Batista e Sylvia Ficher — a Estação Rodoviária representa, ao mesmo tempo, a dimensão mais cotidiana de Brasília, e o anseio de modernidade". Distante da sede dos três poderes, ela abriga a população mais humilde, observam os arquitetos no Guiarquitetura Brasília.

Não foi essa a intenção primeira de Lucio Costa, como ele mesmo reconheceu em visita que fez a Brasília, em meados da década de 1980. Da desejada "mistura em termos adequados de Piccadilly Circus, Times Square e Champs Elysées", a Rodoviária passou a ser ocupada pelo trânsito intenso de usuários de ônibus urbanos.

Centro borbulhante
O presidente Juscelino aderiu de pronto à projeção de Lucio Costa e também imaginou uma Rodoviária sofisticada, como disse no discurso de inauguração da plataforma, em 12 de setembro de 1960, dia de seu aniversário, três meses antes de deixar o governo. "Em torno dessa magnífica plataforma, não tardará a instalar-se um centro borbulhante de vida, com as suas instituições de cultura, as suas salas de espetáculos, as suas lojas, as suas galerias, as suas vielas de porte veneziano, seus trevos, terraços e cafés, onde se encontrará o ambiente propício à vida em comum, o lugar de encontro, o convívio tão necessário ao citadino."

A rigor, nem Lucio Costa nem Juscelino erraram tanto assim. Ao redor da Rodoviária, surgiu inquieto movimento urbano desde o Conic, o setor mais democraticamente diversificado de Brasília, ao Conjunto Nacional e às plataformas que ligam a Asa Norte à Asa Sul.

Quando visitou a cidade em meados da década de 1980, trazido pelos ventos democratizantes que sopravam no país, o arquiteto se encantou com a Rodoviária. Reconheceu que os brasilienses tinham melhorado o projeto original e de nenhum modo se condoeu com a alteração espontânea.

O mais importante estava feito. Lucio Costa conseguiu encaixar levemente na paisagem um projeto intrincado, que exigiu monumental movimento de terra. "A acomodação topográfica faz pressupor que o equipamento foi implantado como se o terreno, naturalmente, já preexistisse", explica o arquiteto Eduardo Rossetti em texto publicado no portal vitruvius. Pelas dimensões da obra, era de se esperar uma intervenção bruta na paisagem, mas o tratamento plástico de suas superfícieis, como esclarece Rossetti, suavizaram sua presença na paisagem da Esplanada dos Ministérios.

A intenção do criador de Brasília parece ter sido a de dissolver a Rodoviári na paisagem. A ele, pouco interessava a exibição da forma, a imposição estética do concreto armado, mas sua discreta e perfeita inserção na cidade. "A solução — aponta Rossetti — abdica da questão da forma como parte exclusiva de sua formulação projetual. O que interessa é o lugar." Para fazer o projeto arquitetônico e urbanístico do marco zero do Plano Piloto, Lucio Costa fez uso de conhecimentos os mais variados: o de construção de rodovias, o de articulação de uma trama viária Complexa, o de fluxos de pedestre e o de conexões urbanas.

E ainda mais: teve o cuidado de projetar a Rodoviária como um mirante da Esplanada e das obras de Niemeyer, "deixando o pedestre com maior intimidade perante a monumentalidade da cidade." E não apenas para ele. O motorista que faz o primeiro retorno após a Rodoviária, como quem se despede da cidade, tem uma última visão panorâmica dos ministérios, da Praça dos Três Poderes e do Eixo Monumental leste. Mais ainda, a Rodoviária ocupa o lugar simbólico da conexão de todas as Brasília numa só, a do centro geográfico da cidade. Todas as cidades-satélites se cruzam na Rodoviária e dela partem passageiros rumo a todo o Distrito Federal. No primeiros anos, os ônibus interurbanos também saíam do cruzamento dos dois eixos.

350 caminhões
A obra mais portentosa de Brasília exigiu extremado movimento de terra. Pode-se conferir as alterações no relevo do terreno na foto que mostra a profundidade das escavações, um corte de cerca de dez metros. "Tinha uma máquina muito grande, chamada Lodel. Ela trabalhava fazendo volta. Ia escavando e a esteira ia enchendo os caminhões e a terra era levada para a Praça dos Três Poderes", conta o engenheiro Ronaldo de Alcântara Velloso que, ainda como topógrafo, trabalhou na preparação do terreno, entre junho e agosto de 1957. Aproximadamente 350 caminhões fizeram o transporte da terra do cruzamento dos eixos para a Praça dos Três Poderes. A movimentação de terra teve dois propósitos igualmente grandiosos: abrir espaço para a Rodoviária e subir o terreno do Eixo Monumental leste até a Praça dos Três Poderes para que a Esplanada ficasse inteiramente à vista desde o cruzamento dos eixos.

O carpinteiro Edwardes Cabral, 84 anos, trabalhou no Buraco do Tatu. "O servente ia cavando e a gente fazia a forma", conta Cabral, à época funcionário da Construtora Rabello, responsável pela obra da Rodoviária, do Palácio da Alvorada, do Supremo Tribunal Federal, entre tantas outras em Brasília. "Sabe por que a Rodoviária balança?", pergunta Cabral. E ele mesmo responde: "Porque não é viga ligada uma na outra, é peça pré-moldada." De fato, são estruturas em concreto armado moldadas no local.

Na placa comemorativa da inauguração da obra, está escrito que a Estação Rodoviária de Brasília é "o estuário em que palpitará a vida de Brasília, na sua expressão de progresso, grandeza e força pioneira, a serviço do Brasil."