quarta-feira, 24 de abril de 2013

DF: Máfia dos piratas tem até escritório


24/04/2013 - Correio Braziliense


Loteiros pegam passageira no Eixinho Sul: partida, quase sempre, é a Rodoviária do Plano Piloto, onde o ponto para novatos vale R$ 2 mil

A tímida repressão dos órgãos fiscalizadores sobre o transporte clandestino de passageiros contribuiu para a disseminação da atividade irregular por todo o Distrito Federal. Além da Rodoviária do Plano Piloto, onde motoristas piratas cobram até R$ 2 mil para permitir o ingresso de novatos no esquema, como mostrou o Correio na edição de ontem, condutores estruturaram pontos fixos em diversas cidades. Na Candangolândia, por exemplo, um grupo alugou até sala de escritório para gerenciar com conforto as viagens ilegais. Em São Sebastião, vans com placas do Rio de Janeiro foram aprendidas rodando pela região administrativa. Segundo o Transporte Urbano do DF (DFTrans), os loteiros — como eles gostam de ser chamados — cariocas tentavam explorar o lucrativo mercado informal de Brasília.

Na Candangolândia, integrantes da máfia optaram por comprar veículos modelos Fiat Doblô, com capacidade de acomodar mais gente. Os itinerários são previamente definidos em uma espécie de escritório situado numa área comercial próximo a um Posto Comunitário de Segurança, da Polícia Militar. O ponto de pirataria existe há pelo menos 10 anos, mas ganhou estrutura de empresa em 2011, quando o DFTrans apreendeu o menor número de veículos piratas nos últimos seis anos.

O chefe de fiscalização do Grupo de Áreas Sensíveis do DFTrans, Pedro Jorge Brasil, reconheceu o poder de organização dos piratas, mas prometeu atacar o problema de forma mais enérgica. "Sabemos que eles passaram a agir como verdadeiras máfias, inclusive montando escritórios. Mas o Estado vai responder à altura, sufocando esses grupos todos os dias”, garantiu.

Cientes da frágil capacidade do poder público em combater a contravenção, loteiros de outras unidades da Federação tentam se instalar na capital a fim de "roubar” passageiros das empresas de ônibus. Em fevereiro deste ano, chamou a atenção dos fiscais do DFTrans o fato de motoristas naturais do Rio de Janeiro estarem circulando em vans por São Sebastião. Os veículos eram todos registrados na capital carioca. Aos servidores da autarquia, eles admitiram ter vindo para Brasília com o intuito de observar o mercado de transporte pirata. "No Rio, eles têm uma espécie de cooperativa do transporte clandestino muito organizada. Vieram para o DF avaliar se, aqui, era lucrativo. Felizmente, conseguimos descobrir as intenções deles antes de se instalarem de vez”, ressaltou Pedro Jorge Brasil.

O poder paralelo construído pela pirataria conta até com agentes públicos pagos para deter esse tipo de contravenção. No início do ano, um policial militar de Goiás acabou detido na W3 Sul. Ele carregava passageiros no carro particular. Conduzido à 5ª Delegacia de Polícia (Região Central), confessou fazer viagens ilegais. Depois de assinar um termo circunstanciado, foi liberado. Uma cópia do processo foi encaminhada à Corregedoria da PM goiana, que apura o caso.

Organização

Na edição de ontem, o Correio revelou detalhes do sofisticado esquema de pirataria na Rodoviária do Plano Piloto. Um grupo de 15 homens controla as viagens e cobra até R$ 2 mil para permitir o ingresso de novos loteiros na máfia, que chega a lucrar até R$ 4 mil por dia com a atividade ilegal. Os integrantes do bando passam o dia aliciando passageiros na plataforma superior do terminal. De lá, seguem em viagens inseguras para as asas Sul e Norte, além de Sobradinho (veja infográfico). Os gerentes do negócio irregular determinam até os horários que os recém-chegados devem rodar. Nem mesmo a constante presença de policiais militares nas redondezas intimida o grupo. Na tarde de ontem, a reportagem retornou ao local, e os loteiros permaneciam abordando passageiros, numa clara afronta à fiscalização.

Segundo Pedro Jorge, algumas ações imediatas de combate ao transporte clandestino devem facilitar as operações. O DFTrans ganhou um depósito para reter somente veículos usados para a pirataria. O espaço fica próximo à garagem da Sociedade de Transportes Coletivos de Brasília (TCB). Hoje, eles são levados para o Departamento de Trânsito (Detran).

Outra ação para conter o avanço da máfia será a reativação do convênio entre o DFTrans com o Batalhão de Polícia de Trânsito (BPTran). A parceria, expirada há três anos, permitirá à unidade da PM agir sozinha. Sem a assinatura do termo, o BPTran não tem autonomia para aplicar a multa mais rígida prevista na legislação. Os PMs também não podem, na ausência de fiscais do DFTrans, apreender veículos usados em transporte pirata.

Em queda

Nos últimos seis anos, caiu quase 70% a quantidade de veículos apreendidos em operações de combate à pirataria. Em 2007, foram 2.845 condutores multados. No ano seguinte, um recorde: 4.534 flagrantes. Em 2009, houve um recuo para 1.306 casos. Em 2012, o DFTrans e a PM multaram apenas 905 motoristas.

Punição

O motorista flagrado pelo DFTrans fazendo transporte pirata será multado em R$ 2 mil, com base em uma lei distrital. Já o Batalhão de Trânsito da PM só pode autuar condutores de acordo com o Código de Trânsito Brasileiro, que prevê multa leve, de apenas R$ 82. A Polícia Militar, sem convênio com o DFTrans, não tem poderes para recolher o veículo ao depósito

domingo, 14 de abril de 2013

Conclusão das obras do Expresso DF será em dezembro

13/04/2013 - Jornal da Comunidade

Nem mesmo nos fins de semana é possível trafegar com tranquilidade pelas principais rodovias do Distrito Federal. A população das cidades de Santa Maria e Gama depositam as esperanças na implantação do veículo leve sobre pneus (VLP) que consta do projeto BRT - Expresso DF, mas o prazo para entrega do novo sistema, anunciado pelo Governo do DF para junho foi adiado para dezembro.

Os engarrafamentos crescentes em todas as vias de acesso ao centro de Brasília incomodam diariamente a população do Distrito Federal e Entorno e a expectativa é que a situação se agrave ainda mais com a realização da Copa das Confederações no próximo mês de junho. O evento é realizado a cada quatro anos pela Federação Internacional de Futebol (Fifa) e vai servir como teste para a realização da Copa do Mundo de 2014. O jogo de abertura da competição, entre as seleções do Brasil e Japão, será no dia 15 de junho, no Estádio Nacional de Brasília.

Segundo o engenheiro responsável pelas obras do Expresso DF, Samuel Dias, a previsão de conclusão da parte de engenharia é mesmo o final do ano. Ele afirma que não houve alteração nos gastos inicialmente programados para o projeto que previam investimentos na ordem de R$ 533 milhões e que o andamento dos trabalhos está dentro da normalidade. "O ritmo está um pouco mais reduzido nessa parte de terraplanagem e pavimentação por causa das chuvas. O resto das etapas estão sendo desenvolvidos normalmente para que possamos concluir até dezembro", explica o engenheiro.

Samuel Dias aponta que 30% do total das obras já foram realizadas. Após o período de chuvas deve dobrar o contingente de trabalhadores que hoje conta com 800 operários. A previsão é que esse contingente de força de trabalho mais que dobre com a contratação de aproximadamente 1.000 novos trabalhadores a partir deste mês.

Segundo o projeto BRT – Expresso DF, o sistema contará com um corredor exclusivo de 42 quilômetros de extensão que vai interligar as regiões administrativas do Gama e Santa Maria ao Plano Piloto. A expectativa é de atender a uma população de 250 mil pessoas com a possibilidade de reduzir de 90 a 40 minutos o tempo de viagem do Gama e/ou Santa Maria ao Plano Piloto. Os passageiros irão viajar em veículos articulados, com capacidade para 160 passageiros.

As obras do novo sistema de transporte estão sendo gerenciadas pelo Departamento de Estradas e Rodagens do DF (DER) e prevê a construção de dois novos terminais, sendo um no Gama e outro em Santa Maria, além de 15 estações de embarque e mais 15 passarelas ao longo das linhas do VLP.

Alternativas para o transporte

A área de transporte e mobilidade prevê, entre outras ações, o reforço nas linhas de ônibus, especialmente nos dois sentidos das rotas rodoviária/estádio e estádio/rodoferroviária. De acordo com o divulgado, parte da frota estará de prontidão na saída do jogo para atender ao público. Existe ainda a previsão de criação de uma linha de ônibus exclusiva no Parque da Cidade para os torcedores que usarem carros para deslocamento ao estádio. Eles poderão utilizar os bolsões de estacionamento do parque e o transporte público para acesso ao local do jogo. Haverá também o incentivo da utilização do chamado "fan walk", um trajeto isolado para que os torcedores possam caminhar até a arena.

Fonte: Jornal da Comunidade

Recursos para conclusão das obras do Expresso Sul devem sair até fim do mês

13/04/2013 - Correio Braziliense

Os recursos para a finalização da obra do Expresso DF - Eixo Sul devem ser liberados até o final de abril. A data foi estabelecida em reunião entre a Casa Civil do Distrito Federal e a Caixa Econômica Federal. O banco irá fazer os repasses do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) destinados à obra.

O Expresso Sul irá ligar as cidades do Gama e de Santa Maria ao Plano Piloto. As obras foram iniciadas em dezembro de 2011, e até março deste ano foram investidos R$ 130 milhões, sendo que o custo da obra é de R$ 785 milhões. O corredor de ônibus terá terminais em Santa Maria e no Gama, além de 15 estações, 15 passarelas e anexos de terminais nas rodoviárias do Plano Piloto e do Gama.

Fonte: Correio Braziliense

quinta-feira, 11 de abril de 2013

Entorno DF: Passageiros fecham plataformas na Rodoviária do Plano Piloto em ato contra falta de ônibus

10/04/2013 - G1

Usuários do transporte público que moram no Entorno e trabalham no Distrito Federal tomaram a pista próxima às plataformas dos ônibus que vão para cidades como Valparaíso, Luziânia, Cidade Ocidental e Lago Azul, na Rodoviária do Plano Piloto, na noite desta quarta-feira (10). Eles protestaram contra a falta de ônibus e contra a qualidade dos veículos da viação Anapolina.

O G1 tentou entrar em contato com a empresa, mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem.

Com a manifestação, os ônibus não conseguiam chegar às plataformas e os passageiros tinham de entrar nos veículos na pista. Segundo a Polícia Militar, não houve registro de ocorrências por causa da manifestação.

Os passageiros reclamam que a frota é insuficiente e que a espera pelo ônibus pode chegar a mais de duas horas. "Não tem ônibus e quando tem está tudo quebrando. Eu fico esperando uma hora e meia, duas horas pra poder voltar pra casa. Hoje foi a gota d'água", afirmou a telefonista Maria Jane Sales, moradora de Cidade Ocidental.

Segundo o publicitário Adjailton José Pereira, de Luziânia, a frota é velha, os ônibus não têm condições de rodar e há muitos motoristas que não são capacitados. "Tem motorista que não tem nem habilitação. Tem uma lei que diz que os ônibus têm que ter no máximo dez anos, mas tem ônibus aí que já tem mais de 20 anos. Essa manifestação foi espontânea porque ninguém aguenta mais", disse.

A assistente comercial Maria Ribeiro, de Luziânia, afirmou que os ônibus alagam quando chove e que os veículos estão muito sujos. "Eu me sinto humilhada todos os dias de ter de depender de ônibus que não tem condições", afirmou Maria.

Fonte: G1 DF

sexta-feira, 5 de abril de 2013

Licitação do novo sistema de transporte público do DF entra em reta final

01/04/2013 - GDF

Tolentino Melo, da Agência Brasília

Foto: Pedro Ventura

Última fase de análise da documentação das empresas que vão operar o serviço de ônibus começa esta semana. Veja em que etapa está a licitação para sua região

Uma nova era no transporte coletivo deve começar nos próximos meses no DF. Os tradicionais ônibus velhos, pouco seguros, quebrados e desconfortáveis devem ser definitivamente aposentados. Em seu lugar entrará em funcionamento um renovado e completo plano de transportes, mais ágil, e inteligente. O complexo processo para licitar o novo modelo, baseado em bacias, entrou em sua reta final, com a abertura dos envelopes das empresas concorrentes da Bacia 3.

Diferentemente da estratégia atual, composto por linhas longas, demoradas e operadas por veículos sucateados, o novo método será regionalizado. São as chamadas bacias, grupo de cidades onde o serviço de transporte será prestado por uma empresa ou consórcio que, para ser habilitado, precisa provar sua capacidade de transportar os brasilienses com rapidez, comodidade e segurança. Ao todo serão cinco bacias.

Quando o processo for concluído, no segundo semestre deste ano, a capital federal terá o mais moderno sistema de transporte público do país. Isso porque, desde dezembro do ano passado, os ônibus urbanos que entram em circulação no Brasil precisam obedecer ao padrão Euro 5, uma classificação dada a veículos mais silenciosos, confortáveis e menos poluentes. Como o DF é a única unidade da Federação com processo de licitação de parcela significativa de sua frota, os brasilienses serão os primeiros a serem beneficiados pelo padrão.

Conheça as cinco bacias e saiba em que etapa do processo licitatório elas se encontram.

Bacia 1

A bacia incluirá Plano Piloto, Sobradinho I e II, Planaltina, Cruzeiro, Lago Norte, Sudoeste/Octogonal, Varjão e Fercal. O Consórcio HP-ITA (GO), a Auto Viação Marechal Ltda, de Curitiba (PR) e a Viação Piracicabana, de Piracicaba (SP) foram as empresas habilitadas. Contudo, as duas primeiras estão também concorrendo às bacias 3 e 4. Como cada empresa só poderá operar uma das bacias, a expectativa é que a Viação Piracicabana seja a vencedora da Bacia 1. O envelope da empresa deve ser aberto assim que as vencedoras das regiões 3 e 4 sejam definitivamente anunciadas.

Bacia 2

Farão parte dessa bacia Gama, Paranoá, Santa Maria, São Sebastião, Candangolândia, Lago Sul, ParkWay, Jardim Botânico e Itapoã. A vencedora foi a Viação Pioneira, que já opera no DF. O contrato com o GDF foi assinado em dezembro de 2012. A empresa tem, por lei, seis meses para se adequar ao novo modelo. Assim, até o início de julho, haverá novos ônibus rodando na região.

Bacia 3

Nesse grupo estão as regiões do Núcleo Bandeirante, Samambaia, Recanto das Emas e Riacho Fundo I e II. O envelope com as propostas das duas empresas habilitadas – o Consórcio HP-ITA (GO) e a Auto Viação Marechal Ltda, de Curitiba (PR) – foi aberto na última quinta-feira (28). Os documentos estão em análise, e nas próximas semanas a empresa vencedora será conhecida. Depois desse período, a contratada terá seis meses para implantar o sistema. A expectativa do GDF é que, devido ao grande porte das duas concorrentes, a ganhadora opere antes do prazo máximo, em setembro.

Bacia 4

A quarta bacia é formada por parte de Taguatinga, do ParkWay e de Ceilândia, além do Guará e de Águas Claras. As duas empresas habilitadas são o Consórcio HP-ITA (GO) e a Auto Viação Marechal Ltda, de Curitiba (PR). Como uma das duas sairá vencedora da Bacia 3, apenas a proposta da outra será aberta. Isso deve acontecer assim que o processo da Bacia 3 for concluído. O prazo legal para a sua operação também é de seis meses.

Bacia 5

A Bacia 5 inclui o restante de Taguatinga e Ceilândia, Brazlândia, SIA, SCIA e Vicente Pires. Em dezembro o GDF assinou o contrato com a Expresso São José, que já opera no Distrito Federal. O prazo para o funcionamento do modelo nessas regiões vai até a primeira semana de julho.