Ônibus executivo do Sudoeste dá prejuízo há 1 ano

21/01/2014 - Jornal Metro Brasília
Lançada há um ano, a linha executiva que liga o Sudoeste à Esplanada dos Ministérios com modernos e confortáveis micro-ônibus não conseguiu conquistar o número esperado de passageiros e faz com que os cofres públicos tenham de arcar mensalmente com prejuízos, já que o serviço é operado pela empresa pública TCB.

O presidente da empresa, Carlos Alberto Koch, diz que o tamanho do rombo ainda não foi calculado, mas admite que, apenas para cobrir os custos da operação seria necessário pelo menos dobrar o número de passageiros.

Hoje são entre 300 e 400 por semana, número bem diferente dos 1.400 clientes diários que o governo previu ao lançar o serviço. Os cinco veículos, comprados por R$ 1 milhão, saem do terminal do Cruzeiro a cada 15 minutos e têm capacidade para até 26 pessoas em poltronas acolchoadas e servidas por ar condicionado.

"O ônibus é bom e passa na hora. Isso faz a diferença", avalia a estudante de direito Helena Magalhães, 25, que utiliza o transporte para ir ao estágio, na Esplanada. "Mas o custo pesa. Mais no fim do mês eu migro de volta ao coletivo normal", completa.

A linha executiva cobra R$ 5 dos usuários, contra R$ 2 do serviço tradicional. E não entrega todos os mimos prometidos. Quem quiser utilizar a internet sem fio, por exemplo, precisa se planejar para pegar o veículo que deixa o ponto inicial nos horários terminados com 45, o único em que o serviço está operando. "A ideia de uma linha executiva é boa, mas falta muita coisa. Devia ter, por exemplo, uma linha que deixasse nos tribunais que ficam atrás da Esplanada", sugere a servidora Ana Luiza Anahi, 35, que usa o serviço de duas a três vezes por semana. "Se não tenho reunião muito cedo ou até tarde, vou de ônibus. O trânsito é uma fonte de estresse de que eu gosto de abrir mão."

Presidente da TCB não quer abandonar a ideia

O que deu errado?

Faltou a atenção necessária. As assunções do Grupo Amaral (em fevereiro) e Canhedo (em dezembro) se tornaram nossas prioridades pela complexidade e isso atrapalhou outros projetos nossos.

O que fazer para aumentar o interesse?

Precisamos divulgar melhor e ampliar os itinerários para a Octogonal, por exemplo. Mas não podemos deixar de considerar o que fizemos um avanço. Muitas dessas pessoas desistiram do carro pelo transporte público.

Ampliação do serviço está congelada

Antes da linha executiva do Sudoeste, a TCB havia lançado, em abril de 2011, um serviço que circula, das 6h30 à meia-noite, entre o Aeroporto JK e os setores hoteleiros Sul e Norte, cobrando R$ 8 de passagem.

"O sucesso dessa linha nos motivou a ampliar o serviço. Uma ideia na qual ainda acredito. Há muito o que se explorar em termos de transporte executivo no DF", defende o presidente da TCB.

O lançamento de novas linhas para atender localidades como Águas Claras e os lagos Sul e Norte, porém, seguem sendo só planos, sem data prevista para saírem do papel.

No caso da linha do aeroporto, porém, o clima é de otimismo e a ideia é ampliar a oferta, já que o Consórcio Inframérica, que administra o terminal, prevê o crescimento da capacidade de 16 milhões para 41 milhões de passageiros nos próximos anos. Hoje a linha transporta 18 mil passageiros por mês no terminal.

Fonte: Jornal Metro Brasília

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