Greve dos rodoviários da Coopatran completa dois dias

 DFTV 2ª Edição - 29/09/2010 - Reportagem

Eles reivindicam salários e benefícios atrasados. Mais de 80 mil passageiros dependem dos micrôonibus da cooperativa, que está em crise financeira.

Os moradores de Planaltina, Vale do Amanhecer, Arapoanga e Sobradinho, são forçados a engolir a greve. Eles precisam e pagam pelo transporte. “Estou andando a pé porque não tem transporte, mas o dia 3 de outubro vem aí, vamos dar o troco”, afiram um morador.

São 80 mil passageiros por dia. Pagando uma tarifa de R$ 3. A Coopatran recolhe o dinheiro todo o fim de turno, mas há um ano e três meses os funcionários só recebem atrasado e o pagamento de agosto ainda não saiu.

O DF tem sete cooperativas no sistema de transporte, criadas depois que as vans foram tiradas de circulação. Para fazer esse serviço, os cooperados se juntaram e deram lances altos, de até R$ 200 mil. Especialistas na área dizem que foi nesse momento, antes mesmo de começar a operar, que as cooperativas deram o primeiro passo rumo a uma crise financeira.

“Tiveram que comprar veículos pra poder operar. Então, já entraram com uma dívida. No início, muitas linhas estavam operando pelo custo de R$ 1, o que não era condizente com o custo do sistema”, explica o especialista Artur Morais.

Operando no vermelho, o atraso de salários e benefícios já fez os funcionários pararem duas vezes em um único mês. O DFtrans disse que colocou 80 ônibus de duas empresas para cobrir o itinerário da coopatran.

“Por enquanto, vamos manter essas empresas em situação de emergência. Até termos uma decisão definitiva da Justiça”, afirma o diretor Operacional do DFtrans Pedro Jorge Brasil.

“Não queremos a totalidade das linhas, mas queremos que elas sejam divididas de forma justa. Dividir essas linhas, hoje operadas pelas empresas que estão ilegais, com as cooperativas”, declara o diretor da cooperativa.

Renata Costa


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